Fazer teatro, ir ao teatro...
Apesar da oferta ENORME de espetáculos de Impro por aqui, é um tanto difícil a locomoção em Los Angeles e principalemtne de onde eu estou. Sair de casa para um único espetáculo não compensa nem em tempo e nem financeiramente. São 2 horas para chegar e um uber entre U$40.00 a U$50.00 para voltar (porque os ônibus para cá param às 19h30...).
Mas também não dá para não ir, né?
Então, neste sábado 31 de março, eu assisti a 3 shows no Second City (que como estudante eu pago apenas U$1.00 por show e o primeiro também era gratuito). E nos próximos dias vou para outras casas de Impro! Vou relatando também para vocês!
SÁBADO, 31/03/2018 - SECOND CITY HOLLYWOOD
DENTENTION HALL (SALA DE DENTENÇÃO) - 18h30: Main Stage (Palco Principal) Studio Theatre - Gratuito!
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É um espetáculo com adolescentes. Véi! Pense! Isso é EXTREMAMENTE inteligente! É formação de novos elencos, grupos e públicos, porque a galera que essa turma leva ao teatro é outra.
Sem contar a experiência de palco com frequência (todos os sábados). É uma trupe adolescente oficial do Second City.
Eu já fico MUITO feliz de existir aqui aula de Impro (e não aula de teatro necessariamente) para crianças e adolescentes. É uma das confirmações de que já há uma cultura de Impro.
Bom, casa semi-cheia. Familiares e amigas/os do elenco. A/O professor/a estava na luz.
OBS: hoje foi a primeira vez que reparei que tinha um relógio digital na cabine de som e luz no fundo da plateia que é direcionado ao palco. Assim o elenco tem controle do tempo (tanto para o espetáculo quanto para não atrasar já que tem outros tantos espetáculos no mesmo dia na sequência no mesmo palco).
Figurino: aparentemente roupas confortáveis das/os próprias/os improvisadoras/es. Não lembro exatamente quantas pessoas em cena, mas havia um bom equilibrio entre meninas e meninos. Diferentes etnias, mas branca predominante.
A estrutura: pegam uma palavra da plateia, e dela começam a descrever um cenário e improvisam por mais ou menos meia hora uma série de cenas a partir disso. São TAG OUTS e SWEEPS como códigos.
Uma turma afiada, conectada, e corajosa. Acredito que falta trabalhar um pouquinho questões teatrais mesmo, como foco e energia por todo o corpo, porque essas coisas até existem, mas escapam.
Me diverti muito e fiquei encantada com uma galera nova tão massa! E não, eu não esperava muito do espetáculo. Boa surpresa.
CONS 5 MON & CONS 5 THURS - 19h30: Brick Box Stage - U$1.00 (para estudantes do Second City) e U$5.00 para demais pessoas!
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Eu achei que era um espetáculo de Impro. Não era (mas assim estava escrito na programação imprensa). Achei que era uma apresentação combinada de duas turmas. Era. São turmas de comicidade que improvisam e depois trabalham esquetes a partir das improvisações. Uma turma se apresentou e depois a outra, dando em torno de 1h de espetáculo de esquetes.
Cada elenco com um grupo bem heterogênio de idades. Uma turma inclusive tinha dois dos adolescentes do "Dentention Hall".
Teatralmente foi um tanto frágil. Foco e energia corporal (novamente). Havia uma tentativa de figurino de algumas/ns, em acessórios, mas que ficaram mais ou menos no caminho.
O mais interessante, na verdade, o que era realmente bem interessante era "frescosidade" das cenas, o ritmo e a "organização" das esquetes, sendo mais engraçadas ou menos, todas tinham ritmo próprio que fazia parte da performance, mas nitidamente também da escrita. Então esse processo da Impro para a escrita deve aparentemente trazer esse frescor.
NEW LONGFORM ESEMBLES - HOST TEAM: HEYDAY (NOVOS ELENCOS LONGFORM - TIME ANFITRIÃO: HEYDAY) - 21h30: Brick Box Stage - U$1.00 (para estudantes do Second City) e U$5.00 para demais pessoas!
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ELENCOS DA NOITE: DAY JOB, GHOST DOG e o anfitrião HEYDAY.
Apresentação dos times de longform que foram formados recentemente em audições. Era o meu maior interesse na noite. Eu gosto desse negócio mesmo. Não exatamente das estruturas, não me falam alto ao coração, mas me intrigam e me chamam a atenção também.
Primeiro grupo, acho que foi o GHOST DOG, improvisaram uns 20min. A primeira cena começou a partir de uma sugestão da plateia, a segunda cena e as seguintes a partir da última palavra da primeira cena, que no caso foi: 'fight"(briga/luta). Repetiram em grupo a palavra durante a transição da primeira para a segunda cena. Todas as outras cenas se seguiram daí. Havia uma "incorporaçao" e calls backs, mas não se fechava realmente um ciclo. Mas atenção: essa nunca foi a proposta, esse é o meu interesse pessoal. Relendo "Impro: Improvistaion and the Theatre" de Keith Johnstone, estou me deparando com a não preocupação para fechar esse ciclo, a estrutura cuida disso. É um treinamento de deixar acontecer, e isso, elas/es fazem, mesmo que a estrutura não "feche" como eu gostaria (em modo e não conteúdo), há um fechamento do ciclo de qualquer forma. Esse elenco tinha muito mais mulheres que homens e inclusive, várias cenas ressaltavam questões feministas, nitidamente discutidas entre elas/es em treinamento. Havia uma unidade de cores no figurino, no sentido de predominância de azul e não de uma homogenidade. Havia também bastante cumplicidade, momentos em que umas/ns "salvavam" as/os outras/os de alguns momentos difíceis, E ver esta cumplicidade me comove como publico, porque, por exemplo, havia a predisposição de uma atriz em cantar como lhe foi colocado na cena, mesmo ela nitidamente jogando para gente "eu não canto". O elenco segurou até o último segundo e mudou a cena. Assim, conseguimos ver sua coragem e força, o perigo, e um grupo que segurou a tensão, mas não comprometeu sua colega. Códigos usados: TAG OUT e SWEEP.
Segundo grupo, acredito que tenha sido DAY JOB. Pegaram uma palavra do publico e também improvisaram uns 20 minutos a partir dela com TAG OUT e SWEEP. Eu realmente acredito que o SWEEP pode ser melhor definido, digo, em relação à energia. A corrida: a intenção de cruzar e encerrar a cena em si e não só executar um gesto. Digo isso em relação à todos os espetáculos que vi até agora. Esse elenco era mais equilibrado no número de mulheres e homens. Bem sintonisados, bons olhares entre si, que me aproximavam como plateia. Figurino: ok, mas parecendo uma roupa qualquer. Quando falo de figurino, não estou julgando em relação a ter uma cor, etc., acredito que o "à vontade "é uma unidade e uma escolha, eu respeito. Mas gosto que se tenha sido pensado conjuntamente algo, ou que, ao menos, individualmente, tenha se feito isso.
HEYDAY: grupo anfitrião. O site do Second City diz: que o grupo "performs their take on the Harold, which they call the Hey-Rold (see what they did there?)", (performa o que pegaram de Harold, que elas/es chamam de Hey-Rold (viu o que fizeram aqui?). "Harold" é uma estrutura famosa criada por Del Close (prometo dedicar um texto do blog a ela). A partir de uma sugestão da plateia, elas/es começaram uma movimentação que vai ganhando variações e outras formas em que temos uma pessoa na frente e as demais atrás espelhando o que a da frente faz. A qualquer momento (como um TAG OUT) alguém pode tomar a frente. E isso é como um prólogo, movimentações que voltam (call backs) durante as improvisações de cenas em TAG OUT e SWEEP. É um grupo que joga a um tempo junto, pode-se dizer. Se conhecem bem. Obviamente rolam umas ultrapassadas e tal, mas isso também é parte da Improv, achar o ritmo do dia. Uma mulher e três homens em cena na apresentação do dia.
Finalizando a jornada da noite!
Ei, quarta-feira começo novo curso e com isso tem relato da primeira aula na quinta-feira. Master Class em Longform I LOVE IMPROV WITH HOLLY LAURENT.
E tem a Vakinha rolando para o documentário idenpendete de Impro, galera!
Colabore, clicando aqui! Vamos fazer um trabalho bacana para todas/os nós!
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