quinta-feira, 29 de março de 2018

Entre festas e voltas - LA RONDE AND THE PARTY - Dia 4 de 4

Último dia de aulas da Master Class de Longform LA RONDE AND THE PARTY. Dia 28 de março fez um mês exato que cheguei em Los Angeles. Dois cursos realizados por completo. O terceiro começa na semana que vem e acaba colado com o quarto curso (intensivo também). Aí começa o quinto, e, talvez, último curso. 3 meses bem intensos.

Já comecei a organizar as perguntas para as entrevistas do documentário (por isso, se alguém quer mandar alguma, ainda dá tempo). E acredito que o meu úlitmo mês aqui vai ficar por conta disso. 
Aliás, vocês ainda podem contribuir para a Vakinha para que eu possa ir a Colômbia entrevustar as/os profissionais do IX DIPLOMADO INTERNACIONAL DE IMPROVISAÇÃO TEATRAL. Informações e link para contribuir até 27/04/2018: Vakinha para a Colômbia

Estou dando voltas aqui, e elas fazem parte da narrativa. Falemos da última aula!

LA RONDE & THE PARTY: CHARACTER & RELATIONSHIP IN LONGFORM
LA RONDE (A VOLTA) E A FESTA: PERSONAGEM E RELACIONAMENTOS EM LONGFORM (FORMATO LONGO)

Sobre a Aula 01 vide em Postagem do dia 15/03/2018 - LA RONDE & THE PARTHY - Dia 1 de 4.
Sobre a Aula 02 vide em Postagem do dia 16/03/2018 - Dando voltas e saindo do Lugar - LA RONDE & THE PARTHY - Dia 2 de 4.
Sobre a Aula 03 vide em Postagem do dia 22/03/2018 - E vai rolar a Festa! - LA RONDE & THE PARTHY - Dia 3 de 4.

DIA 4
28/03/2018 (quarta-feira), The Second City Hollywood, Sala F, 19h daqui (23h no Brasil). Professor: Craig Cackowski.

Exercício #1: VOCÉ É UM/A... (nome que eu estou dando)

Duas filas laterais de frente uma para outra (tentar manter o número de alunas/os desigual nas filas para não se repetir os mesmos pares na segunda rodada. Ex. 10 pessoas: uma fila com 6 e outra com 4, ao invés de duas com 5). As duas pessoas da ponta se aproximam. Cada uma fala para a/o outra/o o presente de personagem que ela/e irá fazer: "Você é um/a (OCUPAÇÃO PROFISSIONAL OU SOCIAL) + (AJETIVO)". Ex.: Você é uma mãe solteira estressada. Você é uma tatuadora indecisa.
A partir daí como uma cena curtinha com cada um/a sabendo de cara que personagem faz, recebendo o presente da/o outra/o, e desenvolvendo a relação.

Comentários:
- Nestes momentos em que se determina algo mas não se está ainda "em cena", com a personagem, usa-se a expressão, falar como "escritoras/es", indicando algo na cena como um/a escritor/a indica num texto escrito. (É um maneira legal de entender os vários papéis que o/a improvisador/a assume no trabalho. Enxergar e desenvovler). 
- Pense uma perosngaem para a/o outra/o que você gostaria de fazer, se divertir fazendo.

Exercício #2: Variação de VOCÊ É UM/A... 

Cada pessoa vem andando devagar da saída da fila até se encontrar com a/o parceira/o cara a cara no meio, mantendo sempre o contato visual. A personagem que é dita pelo/a escritor/a é criada nesta caminhada ao observar e ler algo na/o colega. (A personagem vêm como uma justificativa a um traço um gesto, um movimento, um olhar, etc. Lhe dá significado e atenção.) O resto se segue igual. Ex:. Ao ver a outra gingando no andar e um olhar do tipo "o que será?", você como escritor/a diz algo como: "Você é uma bailarina misteriosa!", ou "Você é uma hipnotizadora nervosa", etc.

Comentários:
- A diferença entre o exercício #1 e a variação para o #2, é que neste "You get a vibe and you are not cooking the idea" ("Você sente a vibe/vibração e não fica cozinhando uma ideia").
- Este exercício lhe coloca no momento presente, em observar e ler o que está acontecendo naquele instante, e dar importância ao que acontece no momento.
- Você não precisa da permissão da/o outra/o para irrita-la/o. Você, por exemplo, escreveu que ela/e é nervosa/o, aproveite isso pelo filtro da sua própria personagem.
- Durante a cena se dão mais presentes. Lembrem dos presentes visuais: vestuário, ambiente, etc.
- Se a cena precisa de mais combustível, precisa de mais especificidades, o que podem ser mais presentes diferentes ou especificar o que já se tem. Especificar mais o espaço (com fala ou formação de figura), etc.
- Perosnagens que sejam brincáveis (playfull), algo que lhe permita brinca/jogar com a/o outra/o.

Exercício #3: "INCORPORAR" ESCRITA EM CENA

Basicamente uma variação do exercício #2, porém não se diz antes como escritoras/es o que a/o outra/o vai ser. Andam um/a para a/o outra/o em silêncio e contato visual, começam a desenvolver algo pelo movimento e olhar, começam a cena, e durante a cena vão enteegando os presentes que determinam quem a/o outra/o é.

Comentários
- Exercício de dar presentes, dar mais a/o outra/o. O que dificulta, mas não anula, receber os presentes. (Nem tudo que você recebe, você precisa justificar. É verdade, é uma afirmação, só receba, você é assim não é preciso justificar, sua/eu parceiro/a já fez isso por você. Ex.: "E agora você volta para casa para o enterro da nossa mãe ganhando a vida uma prostituta." Pronto! Você recebeu um presente que disse que você saiu de casa, quem esté falando com você é sua/eu irmã/o, a mãe de vocês morreu, vocês estão no enterro dela, você voltou aparentemente para o enterro (algo que talvez aí possa desenvolver algo na hora ou mais adiante. O aparentemente eu colocao porque a/o irmão/o pode estar enganado sobre o porquê da volta), e você se tornou uma prostituta. Não há o que precisa de justificação, você é isso, essa é sua situação. Viva o ambiente do enterro, não precisa mudar nada do que está fazendo exatamente. Não precisa (mas pode, obviamente)  dizer que foi expulsa de casa aos 16 anos e por isso se tornou uma prostituta, etc. MAs se fizer isso, como exerçicio e para a cena também, faça em relação ao outro. Ex.: "Bem quando você com su aobsessão por pirotecnia queimou a casa e colocou a culpa em mim, mamãe me expulsou de casa. O que você queria que eu fizesse com apenas 16 anos?".
- Participe do cenário. É a missa do velório da sua mãe, está acontrecendo no meio. O comportamento é um pelo contexto.
- A estrutura me lembrou também o jogo que conheço como "Festa Estranha"  em que todas as personagens estão numa mesma festa. Sbe-se quem são todas as perosnagens menos a própria. Logo, você durante a cena dá presentes para as/os outras/os para que elas/es adivinhem quem são, enquanto também recebe presente para adivinhar quem você é. Logicamente, as perosnganes são pré-determinadas (como nos exercícios 1 e 2). Mas acredito que esta cofniança em "saber" em cena deve existir mesmo não se sabendo. Ler as coisas que acontecem, que a/o outra/o faz e diga o que é, pois assim será (uau, super profético). Ela fez uma boca torta, aprece de derrame: "Eu sei que não voltei antes antes, nem quando você teve o derrame, deve ter sido muito difícil para você assim, sozinho com a mamãe." - VOCÊ SABE.
- Percepção de STATUS de cena, quem são o alto e o baixo status? Queremos da plateia torcer por alguém, os pelas/os duas/dois
- Coisas contraditórias são apenas presentes que tornam a perosnagem mais complexa, mais profunda. Não se desespere em justificar. Ex.: Você é a/o durona/ão da academia... descobrimos que você tem 38 gatas/os em casa. Isso não destrói sua personagem, lhe dá camadas, você só pensa que é durona/ão.
- Novamente lemrbar dos presentes de vestuário
- Transformar um acontecimento num padrão de comportamento leva o foco a personagem e não a história, ajuda a se manter no presente e na relação. Ex.: (A)"Eu fiz biscoitos para me desculpar por ter atravessado seu jardim com meu carro..." (B) "Vejo que tem muitos biscoitos aí. É para o resto da vizinhanca, não é? Por ter distruído todos os jardins!" - Assim a cena não é sobre destruir o jardim e como tudo aconteceu, e sim sobre como (A) é destatenta, ou tem rpoblema com álcool, e como isso afeta (B) e etc. 
- Ter uma "back story"("história por trás") é legal, mas a concentração está nas EMOÇÕES, PEROSNALIDADES E RELACIONAMENTOS: estes são os pontos que lhe ajudam a estar no momento
- A formação de figura ("objet work") lhe ajuda a estar no momento presnte. Volte a ela, ao ambiente. Como aprendi com Edson Duavy, isso lhe dá tempo, lhe faz sair da cabeça e respirar.
- Respirem e não falem às vezes: "slow it down" (ralente). 
- Não é extatamente uma questão da aula, mas estou lendo e me perguntando sobre o tema: Gênero X Artista. Homens fazendo mulheres, Mulheres fazendo homens. Não me incomoda ao mesmo tempo que me incomoda. Falo de um lugar feminista, mas não vou nem entrar ainda na questão do esteriótipo em si, competência, a liberdade do teatro, etc. É um assunto enorme e que eu ainda estou me debatendo. Mas chamo aqui atenção ao que vi em sala, ou ao menos me passou pela cabeça, na minha cabeça: algumas personagens não "podiam" ser mulheres, eram transformadas em homens (então tínhamos mulheres fazendo homens) porque, sei lá, era a C.O. da companhia (não foi este o exemplo que aconteceu exatamente). E que, por mais que saibamos que mulheres possam ser C.O.s, não é o pensamento inicial. Começo a acreditar como exercício, ao menos, que não mudaria o gênero das perosnagens em relação às/os artistas que as fazem, principalmente mulheres, para começar a me vizualizar e vizualizar outras mulheres em outras situações. E, aguardem, os outros questionamentos sobre gêneros, vêm por aí. Mas por agora é essa questão mesmo.

Exercício #4: FESTA

Basicamente mesmas regras da aula anterior. Cenas de 2 pessoas. Conhecemos primeiro todas as personagens. Na segunda rodada começa o encontro de pares diferentes (ainda sob edição de Craig). Na terceira rodada, começamos com novos encontrados indicados por Craig, mas quem quisesse podia entrar e aumentar o número de pessoas em cena. E no final, todas/os em cena.

Indicações:
- Todas as perosnagens se conhecem
- A festa já começou
- Nnguém vai embora
- Personagens fortes e diferentes energias

Comentários:
- O arco da personagem sempre se intensifica de cena a cena: mais bebadas, mais cansadas, etc.
- Como exercício: anotar palavrs chaves (E NOMES) de cada personagem: ajuda MUITO
- Se você se preocupa com ahistória, o plot, vira um fardo. Sua perosnagem não pode depender da história ou da conexão com uma personagem específica, te que ser forte sozinha para se emparelhada com qualquer uma outra.
- O exercício foi executado bem frouxo... E isso é ruim, mas é bom, Pudemos identificar exatamente o porquê: as personagens estavam todas praticamente envolvidas na história para a história, não eram fortes sozinhas.
- Na minha ansiedade de me fazer entender no inglês, eu não me faço. Quando respiro e falo de vagar: outra comunicação... Aff! O óbvio lhe bate na cara! Todas as anotações que Craig me passou ao final, eu "tinha feito", só que não, como eu não fui entendida, então não fiz. E não é  uma questão da língua (é também, mas de boa, não é mesmo), é de ansiedade. Em português as pessoas poderiam ter me entendido melhor na fala, mas preciso me comunicar melhor, ser mais específica e entendível (controlar velocidade na fala e gesto).

Exercício #5: LA RONDE (A VOLTA)

Mesmas indicações. Cada atriz/ator só faz um perosnagem no formato inteiro. Cena (1): A+B; (2) B+C; (3) C+D...; (10) J+A, fechando a volta. 

Indicações:
- Colocar a sua personagem em situações diferentes nas duas cenas que aparece. Contextos diferentes para que a vejamos num outro elemento, outra camada
- Personagens já se conhecem
- Personagens fortes e diferentes uma da outra
- Mesmo espaço de tempo e lugar ( no mesmo dia ou semana, na mesma cidade...)
- Escolher uma personagem que você vai curtir fazer, porque só será esta
- O foco da cena é na nova personagem

Comentários:
- O "fracasso" do exercício anterior ajudou muito neste exercício. Foram novas questões que apareceram
- As personagens não se afetam igualmente pelo humor/vibe das outras para não perderem a si própria. A perosnagem é um filtro, poruqe se ficar espelahndo emoções e humores, todas vão ficar iguais e as cenas chapadas. Ex.: Alguém está muito triste e você entra numa super energia. Você pode, mas não precisa baixar sua energia para "encaixar".
- Exercício de fazer personagens que são muito seguras de si lhe permite "saber" as respostas.

***

E tinha espetáculo de Impro na quarta à noite às 22h. "HERALDO"




Um grupo de Improv que se encontrou aqui para fazer Improv em espanhol. Havia meia casa, mas as/os convidadas/os para o show ocupavam boa parte dos lugares, talvez um quarto.

O espetáculo começou com o Hosting (Aberura da/o Anfitriã/o) explicando o show e como, assism como diz a divulgação: "Improv em Espanhol, Risadas em Inglês".  Eu não sei direito se funciona para o inglês, eu entendi perfeitamente o espanhol, então me diverti absurdamente.

Em seguida com dois stand-ups (que foram usadaos ema lguns momentos posteriores em call backs)

Subiu então um grupo convidado de amigos do grupo HERALDO que também partilhavam no espanhol/inglês, pessoas que ou nunca tinham improivsado jutnas ou nem se conheciam até então.  Foi bem interessante ver a conexão e a boa fluidez. Pegaram uma sugestão da plateia  e improvisaram uma série de cenas em TAG OUT desenvolvendo o mesmo plot, a mesma linha narrativa. Na série de cenas haviam flashbacks, perspectivas diferentes de uma mesma cena. Usaram códigos padrões da improvisação que, mesmo que a plateia não conheça, é auto explicativo pela ocorrência constante. Porém, alguns podem ser melhor sinalizados, digo, visíveis.

E para fechar e fazer a segunda metade so espetáculo de mais ou menos uma hora, subiram ao palco as/os integrantes de HERALDO. A partir de uma sugestão da plateia, descreveram espaço e itens da narrativa e começaram um TAG OUT de um mesmo plot, mas não necessariamente uma só história.

Minhas percepções:
- Elas/es se olham bastante e isso é bem forte
- Nem percebi se flavam espanhol ou inglês, ou quando mudavam e se mudavam, fluiu muito bem para mim
- Uma coisa me incomoda um pouco e não é em relação específica ao HERALDO, mas ao padrão da/o Anfitriã/o. Me soam sempre iguais: mesmo tom, mesmo tipo, as/os mesmos. Me incomoda, me é artifical, ainda não sei identificar bem porquê. Em HERALDO senti isso um pouco mais porque, sei lá, esse tom, não está nas/os artistas mesmo, mas quando se dirigiam à plateia como anfitriãs/ões, ganhavam esse... tom. Sei la', é uma coisa meio estadunidense de falar que me irrita um pouco, eu acho. Um educado por ser educado, e não natural ou vontade. Artifício, artefcial, arte, ofício, aqui estamos. Enfim! Quando descobrir, eu conto!
- As improvisadoras/es se dão probelmas umas/uns às/aos outras/os, e isso com cumplicidade com a plateia. Quase que "anunciam" sem sair de cena, o desafio a/o outra/o, o "tirar o seu da reta". Exemplo: "então me dê quatro motivos para eu não jogar futebol!" - O que a plateia entende na hora que esta pessoa fez isso de propósito e agora é a outra pessoa que vai ter que dizer 4 coisas diferentes e justificar tudo. Talvez não seja compreensível, mas Improv tem desse tipo de coisa que era necessário ter estado lá para entender.
- Haviam códigos de grupo, talvez específicos do grupo ou não, ou que surgiram naquela apresentação específica, mas todas/os embarcavam para a transição de cena em tempo, por exemplo.
- Elas/es se divertiram muito.
- MUITO LEGAL VER A LATINIDADE EM CENA. Eu fiquei feliz para caralho! Me pareceram mais soltos. Em não digo, mais que outros shows de Improv nos Estados Unidos, não é isso. Eu também nucna havia assistido nenhum deles no palco (com escessào de um ator que também estava no "BINGO" da semana passada), mas me pareceram... soltos... realizadas/os e realizaoras/es de algo... Na minha leitura, poder fazer Improv em espanhol com aquele grupo e trazer as referências de casa, as/os contemplava absurdamente. Enfim! Fazia parte da diversão.

- Tomara que eu consguia chama-las/os para o documentário! Ah! você aidna pode contribuir com a viagem do docuemntário para a Colômbia, se é que eu já não disse isso! hehehe. Acesse o link: Vakinha para a Colômbia

Semana quem vem tem postagem na segunda-feira! E curso novo começando na quarta, com postagem sobre ele na quinta!

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