quinta-feira, 19 de abril de 2018

Em equilíbrio, as coisas que amamos vão para a cena - I LOVE IMPROV - Dia 3 de 4

Aulas difíceis de anotar são aulas que te envolvem muito. Obviamente isso não quer que as que são possíveis não o sejam. Consegui fazer um roteirinho no final da aula de ontem e começo hoje a rememorar o que foi feito, dito e experimentado. Mas o que posso afirmar sem qualquer dúvida na memória é que foi amoroso e divertido.

Para quem chega por agora, esses são os relatos da Master Class I LOVE IMPROV WITH HOLLY LAURENT. Em itálico estão meus comentários e observações pessoais. Simbora mexer essa memória! e lembro que faltam poucos dias para fecharmos a vakinha do documentário de Impro, colabore pelo link: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/visando-impro-rumo-a-colombia

I LOVE IMPROV WITH HOLLY LAURENT
(EU AMO IMPRO COM HOLLY LAURENT)

DIA 3
18/04/2018 (quarta-feira), The Second City Hollywood, Sala F, 19h daqui (23h no Brasil). Professora: Holly Laurent

Os exercícios com * são exercícios que foram feitos pela primeira vez na aula do dia 11/04/2018, para encontrar a descrição: ver postagem do dia 12/04/2018: "Construindo as Tensões -I LOVE IMPROV - Dia 2 de 4".

Exercício #1: BOLA DE FITA* 

Meta: superar nosso número 27. De primeira fizemos 27. Mais 4 tentativas e chegamos em 29.

Exercício #2: ACORDAR O CORPO*

Exercício #3: MUSIQUINHA DE DUAS PALAVRAS*

Essa para mim é bem complicadinha, porque rola um segundo de tradução na cabeça e aí eu perco ritmo... Mas taratará, a gente joga com isso também.

Exercício #4: SIM, EU TAMBÉM*

Com as mesmas regras, fizemos os exercíciso com rodadas divididas em categorias: EUA MO O CHEIRO DE... EU AMO GOSTO DE... EU AMO VER..., EU AMO OUVIR... EU AMO SENTIR... (tanto tato quanto sentimento).

Comentários:
- Generalizações funcionam!
- Especificidades funcionam demais!!!!

Exercício #5: O QUE VOCÊS QUEREM?

Como no primeiro dia, agora o començando o terceiro e assim, estando na metade desta Master Class, Holly nos perguntou diante do que já foi feito o que sentimos e queremos trabalhar ainda. Ela colocou que ela quer trabalhar conosco o EQUILÍBRIO, que, principalmente na aula passada percebeu que engatamos em padrões de ritmo de cenas. As respostas da turma foram até aprecidas com a primeira aula, mas continham palavras como "continuar", ex.: "continuar escutando". O que demostra que as coisas estão se desenvolvendo rápido e nos atingindo. Ao menos, eu sinto assim.

Exercício #6: EU AMO TODAS AS CENAS PARA MIM

Este exercício me remete uma fala do espetáculo "Cabaré Filosófico" de Domingos de Oliveira: "Esse espetáculo é apra quem gosta de mim. Quem não gosta de mim pode ir embora! Ninguém foi embora, então todo mundo gosta de mim!". Um pessoa vai para o centro da sala mais à frente, as demais se sentam na" plateia" de frente para esta pessoa. Há proximidade. A pessoa começa a falar várias coisas que ama, várias coisas verdadeiras. Um monólogo lista de mais ou menos 1 a 3min. Realmente é uma sensação de tempo, acredito que a/o professor/a pára quando percebe ter material suficiente para a próxima etapa e que a pessoa já se abriu um tanto. Todas/os se levantam e se colocam nas linhas laterais. Começam uma série de cenas em que "A" pessoa que fez o monólogo não sai do palco e as/os demais entram trazendo propostas a partir do que ouviram no monólogo. Edições acontecem pelas/os alunas/os, até a/o professor/a fechar a série de cenas.

Comentários:
- A qualidade de escuta que tivésmos sentados ouvindo o que "A" pessoa ama, é a qualidade de escuta na Impro
- É o exercício de dar preentes, não simplesmente porque as cenas giram em torno do que "A" ama, mas porque porque se entra trazendo algo para que "A" jogue.
- A sensação de jogar com coisas que você ama, numa metralhadora, é uma delícia. Além de perceber a descobertas que as/os outras/os fazem sobre o que você disse.
- Também é ótima a sensação de jogar para a/o outra/o algo que ela/e gosta.
- É um exercício de grande exposição, troca e conhecimento do elenco entre si.
- Todas/os que quiseram fazer fizeram. O que deu portagonismo a quem fez, mas envolveu todas/os em atividade. Tomou quase todas a aula.

Exercício #7: LONG FORM FREE STYLE

Holly disse que os nossos músculos de escuta, presentes e edições já estavam afiados naquele dia para fazermos um long form. Atenção: Equilíbrio nas edições: buscar ouvir os ritmos, os espaços (exercício YING-YANG* da aula passada), para que as cenas não entrem em padrões.

Comentário:
- Há algo de universal na especificidade. Algo que eu me indentifico quando você é específica/o.

Exercício #8: MISTURANDO COM VOCÊ

Cenas de duplas, com proximidade com a plateia. A/o professor/a procura dar personagens distantes da realidade das/os alunas/os. E dá também  uma pergunta para que um/a delas/es faça a/o outra/o no início da cena. A pergunta é de caráter pessoal e a ideia é que se misturem fatos reais da vida da/o improvisadora/o nas respostas das personagens. Depois a pergunta é rebatida a/o outra/o jogador/a.

Comentários:
- Holly tinha uma lista já pronta. 
- Exemplos de personagens que fizemos: Seguranças de uma boate de Striptease trabalhando na porta; Presidente e Primeira/o Secretária/o tomando um uísque à noite antes de irem para casa; Motoqueiras/os fumando um cigarro fora do bar; Jogadoras/es de futebol americano voando para casa após terem vencido o Super Boal, e treinadoras/es da NBA.
- Rolou na aula duas observações: as personagens tinham em comum empoderamento de si, serem boas e fortes no que fazem; e sobre serem personagens masculinas. O que se percebeu na hora que todas poderiams er femininas, mas enfim, na nossa cabeça elas automaticamente foram masculinas. O machismo cultural em que somos "ensinadas/os".
- Exemplos de perguntas (na ordem repectiva que fizemos as personagens, ams não precisam ser estas combinaçõeS): Se pudesse mudar algo na sua vida o que seria? Qual foi sua maior conquista de vida? O que seria o dia perfeito para você? O que você é mais grata/o na vida? O que você teria feito diferente na vida e porque não fez?
- Real X Verdadeiro: quando se mistura com suas coisas reais, aparecem reações, tensões e interesses verdadeiras/os. - Foi bem verdade ao assistir e fazer, me remeteu um pouco (o que não é exatamente, hein?) as questões de memória emotiva e sensorial de Stanislasvki... Algo a ser estudar a respeito...
- Não ficam pescando em cena pelo que pensar sobre o universo daquela personagem, o que a personagem é, pois se traz para o lado humano. Duas/Dois seguranças de boates podem querer ter outra vida, etc.
- Faz com que a cena não seja sobre o trabalho e sim sobre as personagens e sua relação.
- É legal porque distância do que sempre se vê em cenas de impro, ex.: duas/dois seguranças de boate falando de sexo, das dificuldades do trabalho e sendo esteriótipos vazios (porque eu acredito no poder do esteriótipo fervente, como Anne Bogart). Ao mesmo tempo é fácil se perder na própria história pesosa. Fazendo, e assistindo, é difícil voltar ou trazer de volta as realidades da cena. Eu fiz a cena das/os jogadoras/es no aviação, e foi difícl, por exemplo, permanecer no avião e na sensação do Super Boal. MAs acredito que esse seja o jogo, a mistura, que se consegue fazer com EQUILÍBRIO com a prática. E assim também encontrar o que se usa o que se muda, etc.
- As cenas se transformam em personagens contadoras de histórias também. Biográfias.

Exercício #9: RODA DE CONVERSA

- Conversa final sobre a aula. As pessoas se abriram e falamos de questões pessoais que nos tocaram fazendo e assistindo. Momento de partilha e respeito.
- Holly nos leu um outro poema... (eu tenho que lembrar de pegar estes poemas que ela nos lê, são ótimos!) e inidicou o livro "The Chase is the Thing" de Chris Getharal. Não é de Impro, é sobre, pelo que entendi, a ida dele ao Vietnã e de sua volta que como ele descreve as pessoa spelas coisas que elas carregam e que lhe são importantes.

Eu lembrei de uma música do espetáculo QUIDAN do Cirque du Soleil que eu adoro e que para mim tem tudo haver com a vida e com Impro. Acredito que a tenha usado na minha dissertação de mestrado. Chama-se LET ME FALL (Deixe-me cair).

Um trechinho de memória: "Someone I am is waiting for courage. The one I want, the one I will became will catch me. So let me fall if I must fall." (Alguém que eu sou está esperando por coragem. Aquela/e que eu quero, Aquela/e que eu irei me tornar vai me apanhar. Então deixe-me cair se eu preciso cair."

Foto do espetáculo QUIDAN do Cirque do Solei retrirada do link: http://www.richasi.com/Cirque/Quidam/act03.htm

Nenhum comentário:

Postar um comentário