Ir ao teatro está diretamente relacionado a aprender teatro. E isso, amadas e amados, acontece desde a fila. Eu ali, trocando uma ideia com outras pessoas que tem interesse em Improv, outras perspectivas e relações com a arte.
Livros foram acrescidos à lista de leitura e livrarias também, como a LAST BOOK STORE. Estou curiosa para ir...
Bem, eu estava indecisa entre assistir a uma epsetáculo no UCBT Sunset com o grupo Spanglish (latinas/os e improvisando entre o espanhol e o inglês) e o espetáculo SOUNDTRACK (improvisa a partir de músicas, e como já contei, tenho um solo de impro que também parte de música) e WINSDOW (a partir de mensagens de celular). Com os ingressos esgotados no Sunset, a decisào foi tomada na ida ao UCBT Franklin e com isso, a assistir mais um espetáculo, mais um HAROLD com grupos diferentes.
Times da noite: QUEEN GEORGE e CRUSH
Queen George
6 homens (1 negro, 1 indiano e 4 brancos) e 2 mulheres (1 negra e 1 branca). Figurino parecia estar na mesma palheta de cores: preto, azul, cinza, jeans... mas tinha uma pessoa, só uma pessoa de verde. E aí que eu penso na questão de conversar sobre figurino. Tudo emc ena vai ter um significado. A pessoa de verde se destacava visualmente, e isso não foi usado... ao mesmo tempo que nos treinamos a ignorar o que vestimos na cena, ainda assim, é visível... Enfim!
Sobre a estrutura: o momento dos monólogos já abria micro-cenas que voltavam para o monólogo de associações livres, comentários e histórias pessoais a partir de uma palavra da plateia. Nas micro-cenas usavam TAG OUT para assumir a mesma personagem que a/o outra/o fazia. Se viravam para olhar em grupo para quem estava falando. Finalizado o momento do monólogo, começavam as sequências de cenas com TAG OUT e SWEEP.
Ainda não vejo nos "Harold"s aqui o encontro de cenas, aquilo que chamo de "fechamento" de ciclo. Vejo a volta de personagens, mas não o ciclo. Isso pode ser uma falta de entendimento meu, vou reler algumas coisas e asssitir alguns videos na internet para poder comentar mais.
Aqui a questão de improvisadoras/es de um gênero e perosnagens de outro também era feita sem "mudar" o tipo ou tom de interpretação, qualquer característica colocada era da personagem e não do gênero. Quero dizer: mulehres não eram feitas com vozes finas, rebolando, etc. Nem homens com voz grossa, e fortes, etc. Somente eram pessoas que eram referenciadas com nomes masculinos e femininos.
Crush
Só com metade do elenco esta noite, o que é possível em Impro. Então eram 3 homens (1 negro) e 1 mulher branca. Figurino: branco, azul e jeans e 1 pessoa de rosa e marrom se destacando. Outra pessoa com um tênis super vermelho. E, ok, entendo, mas gostaria que isso fosse usado de alguma maneira, porque, enfim, está em cena.
O monólogo parte de referências da palavra dita pela plateia. e começam as seuqências de cenas em TAG OUT.
Aconteceu algo interessante em relação a um dos temas das referências, que tinha relação com o privilégio de brancas/os. O único ator negro acabou assunto esta personagem, o que gerou um humor crítico interessante justamente por ser improviso e ter a subversão da imaginação do imaginário visual desafiando o conhecido. Foi interessante, porque a pitada de crítica não foi forçada e por isso veio toda a graça sem ser ofensiva.
06 de abril, às 21h30 no UCBT Franklin -U$12.00 (+U$1.50 da taxa online. Gratuito para estudantes da UCB)
LOTADO. O publico entra no teatro, música tocando alta. No palco há uma mesa com conectores de som. Um microfone em um pedestal ao lado da mesa. O "DJ" pergunta pra pessoas na plateia se alguém tem música no celular. Quase não dá para ouvi-lo devido ao som alto. Mas ele consegue o que quer, e leva com ele os celulares do publico que o entrega. O DJ faz algum tipo de anotação para cada celular.
Entra o elenco, 5 homens branc... ei, eu conheço um deles... É Jason Mantzoukas do seriado "The Good Place" da Netflix. (Obviamente, eu pesqusiei o nome na internet porque eu não saberia o nome de ninguém e esta ifnormação foi colocada aqui para que percebaos a irrelevância). Figurinos no mesmo estilo, jeans, tênis e camisetas, cores "apagadas"; havia uma unidade que ajudava a ignorar o figurino original.
Ao entrar, um deles cumprimenta o publico e pergunta se existem pessoas na plateia quenunca assistiram ao show. Cerca de um terço do publico levanta a mão. Ele explica rapidamente que o DJ pegou alguns celulares e que, com a autorização de quem deu, ele poderia tocar músicas, mensagens de voz e qualquer coisa com som dos celulares. E que esses sons iriam inspirar as cenas.
Um grupo bem afinado, que se olha muito. TAG OUT e SWEEP na estrutura de série de cenas iniadas por uma música. Parte da diversão do espetáculo é acompanhar o elenco comentando o que estão fazendo no limiar personagem/ator. Faz da plateia cúmplice do que estão fazendo, como se eles fizessem perguntas ou afirmassem coisas que estão na cabeça da plateia também. Ex.: "Ah! Então você é meu pai agora? Ok, pai!" Não seria uma opção minha no palco, mas certamente funciona (qunado jogava nesse espirito lúdico e sincero que eles jogavam) porque eu mesma me diverti bastante.
As músicas vinham como inspiração de ambientes. Ás vezes entravam em cena junto com a música, outras vezes esperavam na linha de trás do palco para que o DJ colasse a música. Foram tocadas 9 músicas (trechos/partes) e 1 mensagem de voz. As músicas/mensagens iniciavam as cenas ou, em um momento, finalizou a cena como música que a personagem colocou. Usaram o microfone uma vez como uma voz off em megafone de uma cena paralela. Uma das cenas se trasnformou no jogo "Galeria de Arte", um jogo simples em que cada pessoa se posicona em uma estátua e a última pessoa entra como artista autor/a e dá um nome a obra. A cena foi só isso e super funcionou, outra música já foi colocada. O que mostra que não precisa ser uma série de cenas a partir de uma música.
As séries de cenas tiveram conexões de personagens que voltavam, mas não parecia ser algo necessário a acontecer. O espetáculo durou cerca de 35 a 40 minutos. Se despediram dizendo que os celulares seriam entregues no hall de entrada após a próxima parte.
O grupo convidado da noite do SOUNDTRACK foi Winslow que improvisou por mais uns 40 minutos. "Hi, Honey!" se baseia em textos de mensagens de celular de familiares da plateia. Alguém lê uma mensagem e conta um pouco sobre a família. duas pessoas fazem isso na seuência (o espetáculo nào pára novamente para colher informações). Estes são os "monólogos" de inspiração e uma série de cenas improvisadas em TAG OUT e SWEEP se seguem.
Em cena 3 homens brancos e 1 mulher branca. O figurino completamente diferenciado entre elas/es, o que foi bem interessante porque era um figurino bem específico de cada um/a, sem buscar "neutralidade", trazendo um pouco da personalidade das/os performers. Ex: Um dos homens com uma camisa azul com estampa de flamingos rosa e calça jeans azul clara. E talvez por isso mesmo, por não buscar ser homogêneo, se tornou uma unidade homogênea. Quero dizer, ninguém se destacava porque não tinha ninguém parecida/o também.
Começaram muito conectados, mas do no final, nos últimos, sei lá, 5 minutos de espetáculo, mesmo muito engraçado, alguns começaram a "comer" os/as demais em cena. (deixei "alguns" no masculino de propósito). Falo "comer" também porque era nítida a tentaiva de outras/os trazerem ideias e serem "atropeladas/os". O elenco estava se divertindo muito, e isso nos divertia também, mas neste final começou a cansar para mim, muito de uma mesma única pessoa havendo outras (o que é uma preocupação minha em relação a solos, por exemplo). Talvez algo que tenha me incomodado também fosse a vísivel tentativa do grupo em continuar tentando falar (literalmente o "falar"). Talvez o trabalho de escuta também esteja em ouvir o furacão da/o outra/o e dar espaço. Bem como princípios de não julgamentos na Impro. Enfim, quando começou a cansar, acabou rapidamente.
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Galera, lembrando mais uma vez da nossa Vakinha para o documentário de Impro. Para contribuir e saber mais, clique aqui!
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