Os teatros da UCB em Los Angeles. Existem dois por aqui (há uns 25 minutos a pé de distância um do outro), e mais dois em Nova Iorque.
Dia 02/04/2018, uma segunda-feira, eu assiti a três espetáculos de Impro (THE SMOKES, HAROLD NIGHT e JUKEBOX), numa segunda-feira, dos seis em cartaz numa segunda-feira (contando os dois teatros).
Mas antes de falar sobre estas experiências vamos conhecer um pouquinho sobre UCB:
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Tradução minha da wikipedia, com aquele toque feminista na linguagem e comentários pessoais em itálico.
A Upright Citizens Brigade (algo como "Brigada Vertical de Cidadãos"... não estou muito feliz com a essa tradução, mas nem o goole me ajudou muito) (UCB Theater) é um teatro e centro de treinamento estadounidense em improvisação, fundando pelos membros da trupe Upright Citizens Brigade, incluindo Matt Besser, Amy Poehler, Ian Roberts, e Matt Walsh. Tem sedes localizadas nos bairros de Chelsea e East Village em Nova Iorque assim como nos bairros Hollywood e Sunset boulevard em Los Angeles.
A trupe foi originalmente treinada por Del Close (já prometi que vou fazer uma publicação sobre o fromato Harold, então consequentemente farei uma sobre Del Close) no ImprovOlympic de Chicago, inventaram o espetáculo ASSSSCAT, o sucesso que levou a trupe a ter seu próprio show de comédia no Comedy Central (canal de TV a cabo dos Estados Unidos) de 1988 a 2000, e eventualmente a fundar seu próprio teatro. em 2013, elas/es co-autoraram o Manual de Comédia Upright Citizens Brigade.
FILOSOFIA
O Centro de Treinamento Upright Citizens Brigade ensina improvisação longform (que pelo dinehiro do FAC assim como o tempo que tenho para realizar os cursos, não consigo fazer parte por agora.), esquetes, escrita, direção e outras habilidades em comédia. A filosofia do centro de treinamento em Impro é baseada em sua maior part nos ensinamentos de Del Close, com forte ênfase no "jogo" da cena. A forma primária de improvisação é o "The Harold", e o teatro ewm todas as suas encarnações teve grupos de "Harold Teams", times da casa que performam regularmente. (adoro usar a palavra "performance" e suas variações sem as múltiplas preocupações acadêmicas a respeito).
HISTÓRIA
Nova Iorque
Antes de abrir seu próprio teatro, a Upright Citiziens Brigade performeu seu espetáculo de assinatura ASSSSCAT priemiro no Bar KGB, e depois no Solo Arts. Solo Arts foi o primeiro semi-permanente lar dos times Harold da Upright Citziens Brigade e é considerado por algumas/ns o primeiro teatro do grupo. O primeiro espaço eprmanente do grupo foi na 161 West 22nd Street, um auditório de 75 lugares que antes era antes era o Teatro Harmnoy Burlesque, e um clube de nu total em lap-dance - essencialmente uma vitrine. o teatro original foi fechado em 18 de novembro de 2002, até um inspetor ordenar que o teatro fechasse por conta de violações ao código contra incêndios. Nos meses que seguiram, o teatro encontrou uma casa temporária no Access Theatre no baixo do Brooklyn, então mudou para a Chelsea Playhouse antes de encontrar um lugar permanente.
Em 1 de abril de 2003, a Upright Citiziens Brigade abriu seu segundo e atual espaço oficial em Chelsea - um teatro de 105 lugares na 307 West 26th Street em Nova iorque no antigo Teatro Maverick. Este novo espaço tinha várias vantagens a mais do que o teatro anteiro no número 161, como o dobro da capacidade, uma cabine técnica mais profissional, uma "sala verde" ("verde" no sentido de preparação, como coxia/sala de espera/corredor, etc.) maior com uma melhor separação da área do palco, dois camarins, dois armazéns, o dobro de número de banheiros, e uma "área para crianças".
Em setembro de 2011, UCB abriu seu segundo teatro no lado mais baixo do leste de Mahattan, no 153 e 13th St. Este teatro abriga 124 lugares, 2 lobbies, e um bar completo conhecido como "Hot Chicks Room" ("Sala das Garotas Quentes") em referência um episódio ao show de TV da Upright Citiziens Brigade. Frequentemente chamado de "Beast" ("Besta" como "Monstro"), e teatro foi aberto na esperança de abrigar mais comédia stand up. Entretando, hoje apresenta primeiramente espetáculos de impro e esquetes.
Em outubro de 2017, foi anunciado que o espaço da UCB em Chelsea fecharia em dezembro de 2017. O novo espaço será 555 42nd St. na Hell's Kitchen, o antigo lar da Companhia Pearl Theater. (O novo teatro funciona, segundo o cronograma de apresentações disponível no site da UCB, desde 06 de dezembro de 2017).
UCB LA
Em 2005, com Daisy Rosario como diretora geral, foi aberta a filial de Los Angeles na 5919 Franklin Avenue em Hollywood, oferecendo impro, esquetes e espetáculos de comédia todas as noites. Logo depois, Comedy Bang! Bang! (antigamente Comedy Death-Ray), um show de comédia alternativa de Los Angeles se mudou de seu antigo espaço no Bar M para se juntar ao Teatro Upright Citziens Brigade, apresentandp-se às terças à noite (não vejo na atual programação).
Em outubro de 2014, UCB anuniou a abertura do Teatro UCB Sunset localizado na 5419 Sunset Boulevard em 1 de novembro. O novo lugar para espetáculos e centro de Treinamento da Upright Citziens Brigade, um teatro de 85 lugares, espaço café/performance chamado Inner Sanctun (Sanutário Interior), escritórios de produção de vídeos, e até mesmo lojas no andar da rua.
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Além do site da UCB Theater com a programação dos espetáculos e centros de treinamento, ambém existe o site https://ucbcomedy.com/ onde há um perfil dos times, das/os artistas, masi vídeos e Podcasts.
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Bom, vamos aos espetáculos aproveitados na segunda-feira, 02 de abril. Eu já mencionei que era uma segunda-feira? Pois é! Eu fico um pouco empolgada por existir uma programação intensa (e com publico) na segunda-feira para teatro, ainda mais um pouco para Impro. Mas eu vou me controlar, ok?
UCBT Franklin: O palco é semi-arena entre 80 a 90 lugares com cadeiras extras posicionadas (algumas inclusive encima do palco). Um espaço aconchegante, como se todas/os nós estivéssemos dentro da caixa preta. O palco é um tablado preto numa altura de mais ou menos 50cm. Difícil dizer mais ou menos o tamanho por conta das cadeiras extras. Chutando seriam uns 6 metros de comprimento, uns 3 metros de produndidade e uns 4 ou 5 metros de altura. No fundo uma parede preta com duas portas pretas, uma em cada "ponta" da parede e um "buraco" no meio com cortina preta. A real parede do espaço é de tijolos aparentes (o que eu acho lindo). 4 cadeiras pretas em cena. Uma cabine atrás do publico frontal ao palco com um relógio digital virado para o palco.
02 de abril, às 19h no UCBT Franklin -U$7.00 (+U$1.50 da taxa online. Gratuito para estudantes da UCB)
Bem, vale a pena comprar online porque lota rápido. Meia hora antes já está lotado. Tentei chegar para comprar na bilheteria, só havia dois ingressos. Você pode tentar a lista de espera (que eu tive que tentar para o espetáculo das 19h). Realmente estava lotado. Com gente em pé (provavelmente alunas/os, inclusive pela proximidade com o pessoal da produção).
Diz a sinopse no site, algo como, que as/os improvisadoras/es vão tentar diferentes Harolds e Longforms.
Entramos com música, palco vazio. Pontualmente as luzes se apagam e a plateia já começa a aplaudir. É um publico cativo, que já sabe que não sabe o que veio ver. Isso é uma avalanche gostosa, se eu consigo definir. Ao microfone uma voz anuncia o espetáculo da noite e as luzes se ascedem com as/os improvisadoras/es da noite adentrando o palco. Eram 2 mulheres e 3 homens brancas/os. Elenco rápido, com um comportamento de "eu sei" a resposta mesmo sem saber. A partir de uma palavra sugerida pela plateia começa a série de cenas improvisadas com códigos de TAG OUT e SWEEP. O elenco confirma, pelo filttro das personagens, o que está sendo definido. Com perguntas, olhares, repetições e afirmações. Acredito que tenha sido ruim assistir pelas laterais, não porque não havia uma "preocupação" das/os artistas em prestigiar essas plateias, mas por conta do posiconamento e tamanho do palco mesmo. Mas não vi ninguém reclamando. Enquanto uma cena rolava as/os demais ficavam no fundo encostadas/os na parede. Figurino com cores "sóbrias", nada vibrante, talvez por querer, talvez não. Por volta de 25 minutos pegam nova paavra e recomeçam nova série de cenas.
02 de abril, às 20h no UCBT Franklin -U$5.00 (+U$1.50 da taxa online. Gratuito para estudantes da UCB)
ESGOTADO. Fui para a lista de espera (às 18h). Fui a primeira, então entrei. No Teatro tinha mais uma fileira de 5 cadeiras no palco para publico. O que, quando os elencos de oito pessoas, deixou o palco menor. Gente em pé também assitindo mais atrás. Eu, por estar sozinha, sentei num bom lugar no meio na plateia da frente.
Luzes se apagam e a plateia já aplaude.
Entraram as/os anfitriãs/ões, o elenco de "Spanglish Aqui Presents", uma mulher e três homens. Elas/es abrem a noite divulgando seu espetáculo na próxima sexta, explicando "Harold" e apresentando os times.
Time LEROY
4 homens e 3 mulheres, 3 pessoas negras (1 mulher) e 4 brancas (trago estas informações como apontamento de representatividade, não como crítica). Figurino no mesmo estilo, diria algo urbano rock/rap, sem muitos acessórios.
Pegam uma palavra da plateia e começam os monólogos inspirados na palavra da plateia. Monólogos/comentários diferentes de cada pessoa que podem mudar com a prórpia pessoa saindo ou por um TAG OUT. (um tanto de "pés quentes" nos monólogos, um nervosismo que foi se estabilizando com o fazer das cenas. Eu super entendo este nervosismo e o quanto estar com a/o outra/o em cena me acalma. O problema do solo, hehehe). Usam então as informações dos monólogos nas cenas a serem improvisadas. Não há necessariamente uma volta de personagens, isso acontece naturalmente e não por uma provocação da estrutura em si (o que por acontecer naturalmente, também é uma provocação da estrutura, hehehe), ou seja, não é uma condição para acontecer. Acredito que todos os monólogos foram contemplados em alguma coisa em algum momento. Não senti falta de nenhum. Também não acredito que tenha que acontecer, mas achei interessante não sentir a "falta". E assim o publico faz o link do também.
Elas/es tocam o "foda-se" para a cor e gênero, o quero dizer, havia uma caracterização de personagem (como fala, anda, etc.), mas não havia o "fazer" uma mulher, por ezemplo, "parecer" uma mulher e assim ir para um esteriótipo vazio (porque, inspirada por Anne Bogart, eu acredito na força de um esteriótipo aquecido e preenchido, como um continente de memória). Assim, um homem que fazia mulher não mudava nada em sua atuação como afinar a voz ou rebolar, colocando ainda caracterísitcas da personalidade ou física que cabiam a pessoa-personagem e não ao gênero ou cor especificamente. Me lembrou muito a montagem da peça "Conselho de Classe", texto de Jô Bilac, com a Cia dos Atores em que (alerta de spolier: se não assitiu à peça, não leia as próximas linhas) temos 4inicialmente 2 homens em cena e entendemos que são professores esperando o início do conselho de classe. O professor de educação física fica falando mal da professora de Artes que nào está em cena, até o momento que um outro homem entra em cena e se identifica como a professora de artes. Descobrimos que todas são professoras. Não há um figurino feminino ou masculino, e não importa que sejam homens que estão sendo chamados ou referenciados como mulheres, porque os probelmas da peça afetam à todas/os.
Time YETI
4 mulheres (brancas) e 4 homens (1 negro e 3 brancos). Relamente o espaço foi difícil. A maneira como começam a trabalhar a palavra do publico é numa meia lua fechada, como um "U", a plateia das laterais não viram esta parte. No semi-círculo, elas/es fazem associações, comentários e descrições de imagens. O figurino tinha uma unidade: todas/os de jeans e camisetas/camisas e tênis. Falam juntas/os a palavra novamente antes de começar as cenas.Foi um elenco que de início também estava nervoso, as primeiras cenas tiveram uma... exitação... de... ah... é... a... maneira de... sabe... falar... Na impro delas/es houve um fechamento de histórias, natural.
Alguns códigos de cena que surgiram nos dois times: abrir e fechar a porta de forma audível, sem sair ou entrar por ela, para sinalizar uma entrada em cena (nos casos de gente entrando por uma porta, obviamente). Ganha-se tempo ao invés de dar a volta para poder então passar pela porta. Também se sinalizaram mais nas TAGs quem ficaria ou um convite para alguém de fora entrar junto.
UCBT Sunset: Fica a uns 20 minutos andando, uns 5 minutos de carro do UCBT Frankiln. É um prédio enorme e a sinalização... é um néon gigante, dá para ver fácil. O palco é italiano, entre 90 a 100 lugares.
O palco é um tablado preto numa altura de mais ou menos 50cm com uns 8 a 10 metros de comprimento, uns 4 metros de profundidade e um pé direito alto o suciente para uma arquibancanda com mesanino para a plateia. No fundo, se mantém o padrão do UCBT Franklin: uma parede preta com duas portas pretas, uma em cada "ponta" da parede e um "buraco" no meio com cortina preta. A real parede é preta. 4 cadeiras pretas em cena. Uma cabine atrás do publico frontal ao palco com um relógio digital virado para o palco. Achei o teatro LINDO!!!
Eram 22h da noite de uma segunda-feira, o show anterior acabando, cheio, saíam mais ou menos umas 70 pessoas... quando eu parei de contar (sim, eu sou dessas).
02 de abril, às 22h30 no UCBT Sunset -U$7.00 (+U$1.50 da taxa online. Gratuito para estudantes da UCB)
Eu estava particularmente empolgada para assistir a este espetáculo porque ele trabalha a partir de músicas, assim como o meu solo longform "Aleatório" . Para dizer a verdade, eu sai de casa para assistir a este espetáculo, mas como financeiramente e no tempo não vale a pena assistir só um, eu assisti a três.
22h30 de uma segunda-feira, éramos 23 pessoas na plateia. Neste contexto de dia e horário: muita gente, eu acho.
Arcade, o grupo, cinco homens negros. Dois do time Leroy do espetáculo "Harold Night" que assisti mais cedo. Usavam o mesmo figurino.
Entram, se apresentam e explicam o show. COmeçam falando de suas músicas favoritas como exemplos e, apartir daí, associações e comentários. Então perguntam à plateia: "Qual é a sua música favorita?" e depois "Por que?", buscando por memórias, pessoas de referência, etc. Escutam algumas respostas, e, entre o elenco, escolhem uma. Chamam a pessoa que disse a música escolhida para o palc e conversam um pouco com ela, quase como uma entrevista e talk show: de onde veio, o que faz ali, etc. A conversa deve durar entre uns 3 a 5 minutos. Agradecem a participação da pessoa do publico, ela se senta.
A música toca: eles (aqui é só no masculino porque realmente só eram homens) apenas ESCUTAM a música por um tempo. Só isso. Se olham, confirmam que ouviram o bastante, agradecem a/o técnica/o de som e a música pára.
Começam a série de cenas inspiradas na conversa com a pessoa. a musica em si é um mote para seleiconar alguém e puxar a conversa. As cenas não necessariamente tem haver com a música. São TAG OUTs e SWEEPs usadas, numa estrutura bem parecida com os outros espetáculos da noite em "Harold". Mas, ao invés de um monólogo das/os artistas, é uma conversa e entrevista com uma pessoa do publico. E, a diferença mesmo: as cenas foram bem sequências, uma levando a outra, não na seuência de uma personagem, uma única história, mas a cena nova em conexão direta com a anterior. Assim, havia um fechamento de ciclo de alguma maneira, proporcionado por esta estrutura.
Elenco afinado, colocam o outro em perigo, estão ali por suporte, mas deixam a pessoa se complicar também, sem abandonar. Ex.: um imitador de Malon Brando faria uma cena de "Um bonde chamado desejo" que, nitidamente, ele não conhecia nada da peça em si. O restante do elenco, se sentou na plateia (como plateia da cena que estava sendo improvisada) e comentava a performance do ator "em engano".
Repetem a estrutura duas vezes. Refazem a pergunta ao publico, selecionam nova música e, com isso, nova pessoa a ir ao palco e conversar. Uma das minhas músicas favoritas é "True Colors" da Cindy Lauper. Ela foi escolhida. A conversa girou por um bom tempo em torno da minha pessoa, mas depois foi bem para a música devido às perguntas que vieram. Mais do que com a primeira pessoa e, talvez por isso, a música ou referências à questões da música tenham aparecido mais. Talvez também porque o elenco conhece melhor a música, sei lá! Cabeça trabalhando em suposições aqui.
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Tenho esperanças de estar em utilidade nos relatos das estruturas e realidades que experiencio.
Hoje começo curso novo e amanhã devo publicar o relato da primeira aula.
Reforço o convite da vakinha para proporcionar a minha ida e do Alexandre Heládio à Colômbia (e de quebra México) para colher entrevistas para o documentário sobre IMPRO no IX Diplomado Internacional de Improvisação Teatral. Para saber mais e contribuir, clique aqui.
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