quinta-feira, 29 de março de 2018

Entre festas e voltas - LA RONDE AND THE PARTY - Dia 4 de 4

Último dia de aulas da Master Class de Longform LA RONDE AND THE PARTY. Dia 28 de março fez um mês exato que cheguei em Los Angeles. Dois cursos realizados por completo. O terceiro começa na semana que vem e acaba colado com o quarto curso (intensivo também). Aí começa o quinto, e, talvez, último curso. 3 meses bem intensos.

Já comecei a organizar as perguntas para as entrevistas do documentário (por isso, se alguém quer mandar alguma, ainda dá tempo). E acredito que o meu úlitmo mês aqui vai ficar por conta disso. 
Aliás, vocês ainda podem contribuir para a Vakinha para que eu possa ir a Colômbia entrevustar as/os profissionais do IX DIPLOMADO INTERNACIONAL DE IMPROVISAÇÃO TEATRAL. Informações e link para contribuir até 27/04/2018: Vakinha para a Colômbia

Estou dando voltas aqui, e elas fazem parte da narrativa. Falemos da última aula!

LA RONDE & THE PARTY: CHARACTER & RELATIONSHIP IN LONGFORM
LA RONDE (A VOLTA) E A FESTA: PERSONAGEM E RELACIONAMENTOS EM LONGFORM (FORMATO LONGO)

Sobre a Aula 01 vide em Postagem do dia 15/03/2018 - LA RONDE & THE PARTHY - Dia 1 de 4.
Sobre a Aula 02 vide em Postagem do dia 16/03/2018 - Dando voltas e saindo do Lugar - LA RONDE & THE PARTHY - Dia 2 de 4.
Sobre a Aula 03 vide em Postagem do dia 22/03/2018 - E vai rolar a Festa! - LA RONDE & THE PARTHY - Dia 3 de 4.

DIA 4
28/03/2018 (quarta-feira), The Second City Hollywood, Sala F, 19h daqui (23h no Brasil). Professor: Craig Cackowski.

Exercício #1: VOCÉ É UM/A... (nome que eu estou dando)

Duas filas laterais de frente uma para outra (tentar manter o número de alunas/os desigual nas filas para não se repetir os mesmos pares na segunda rodada. Ex. 10 pessoas: uma fila com 6 e outra com 4, ao invés de duas com 5). As duas pessoas da ponta se aproximam. Cada uma fala para a/o outra/o o presente de personagem que ela/e irá fazer: "Você é um/a (OCUPAÇÃO PROFISSIONAL OU SOCIAL) + (AJETIVO)". Ex.: Você é uma mãe solteira estressada. Você é uma tatuadora indecisa.
A partir daí como uma cena curtinha com cada um/a sabendo de cara que personagem faz, recebendo o presente da/o outra/o, e desenvolvendo a relação.

Comentários:
- Nestes momentos em que se determina algo mas não se está ainda "em cena", com a personagem, usa-se a expressão, falar como "escritoras/es", indicando algo na cena como um/a escritor/a indica num texto escrito. (É um maneira legal de entender os vários papéis que o/a improvisador/a assume no trabalho. Enxergar e desenvovler). 
- Pense uma perosngaem para a/o outra/o que você gostaria de fazer, se divertir fazendo.

Exercício #2: Variação de VOCÊ É UM/A... 

Cada pessoa vem andando devagar da saída da fila até se encontrar com a/o parceira/o cara a cara no meio, mantendo sempre o contato visual. A personagem que é dita pelo/a escritor/a é criada nesta caminhada ao observar e ler algo na/o colega. (A personagem vêm como uma justificativa a um traço um gesto, um movimento, um olhar, etc. Lhe dá significado e atenção.) O resto se segue igual. Ex:. Ao ver a outra gingando no andar e um olhar do tipo "o que será?", você como escritor/a diz algo como: "Você é uma bailarina misteriosa!", ou "Você é uma hipnotizadora nervosa", etc.

Comentários:
- A diferença entre o exercício #1 e a variação para o #2, é que neste "You get a vibe and you are not cooking the idea" ("Você sente a vibe/vibração e não fica cozinhando uma ideia").
- Este exercício lhe coloca no momento presente, em observar e ler o que está acontecendo naquele instante, e dar importância ao que acontece no momento.
- Você não precisa da permissão da/o outra/o para irrita-la/o. Você, por exemplo, escreveu que ela/e é nervosa/o, aproveite isso pelo filtro da sua própria personagem.
- Durante a cena se dão mais presentes. Lembrem dos presentes visuais: vestuário, ambiente, etc.
- Se a cena precisa de mais combustível, precisa de mais especificidades, o que podem ser mais presentes diferentes ou especificar o que já se tem. Especificar mais o espaço (com fala ou formação de figura), etc.
- Perosnagens que sejam brincáveis (playfull), algo que lhe permita brinca/jogar com a/o outra/o.

Exercício #3: "INCORPORAR" ESCRITA EM CENA

Basicamente uma variação do exercício #2, porém não se diz antes como escritoras/es o que a/o outra/o vai ser. Andam um/a para a/o outra/o em silêncio e contato visual, começam a desenvolver algo pelo movimento e olhar, começam a cena, e durante a cena vão enteegando os presentes que determinam quem a/o outra/o é.

Comentários
- Exercício de dar presentes, dar mais a/o outra/o. O que dificulta, mas não anula, receber os presentes. (Nem tudo que você recebe, você precisa justificar. É verdade, é uma afirmação, só receba, você é assim não é preciso justificar, sua/eu parceiro/a já fez isso por você. Ex.: "E agora você volta para casa para o enterro da nossa mãe ganhando a vida uma prostituta." Pronto! Você recebeu um presente que disse que você saiu de casa, quem esté falando com você é sua/eu irmã/o, a mãe de vocês morreu, vocês estão no enterro dela, você voltou aparentemente para o enterro (algo que talvez aí possa desenvolver algo na hora ou mais adiante. O aparentemente eu colocao porque a/o irmão/o pode estar enganado sobre o porquê da volta), e você se tornou uma prostituta. Não há o que precisa de justificação, você é isso, essa é sua situação. Viva o ambiente do enterro, não precisa mudar nada do que está fazendo exatamente. Não precisa (mas pode, obviamente)  dizer que foi expulsa de casa aos 16 anos e por isso se tornou uma prostituta, etc. MAs se fizer isso, como exerçicio e para a cena também, faça em relação ao outro. Ex.: "Bem quando você com su aobsessão por pirotecnia queimou a casa e colocou a culpa em mim, mamãe me expulsou de casa. O que você queria que eu fizesse com apenas 16 anos?".
- Participe do cenário. É a missa do velório da sua mãe, está acontrecendo no meio. O comportamento é um pelo contexto.
- A estrutura me lembrou também o jogo que conheço como "Festa Estranha"  em que todas as personagens estão numa mesma festa. Sbe-se quem são todas as perosnagens menos a própria. Logo, você durante a cena dá presentes para as/os outras/os para que elas/es adivinhem quem são, enquanto também recebe presente para adivinhar quem você é. Logicamente, as perosnganes são pré-determinadas (como nos exercícios 1 e 2). Mas acredito que esta cofniança em "saber" em cena deve existir mesmo não se sabendo. Ler as coisas que acontecem, que a/o outra/o faz e diga o que é, pois assim será (uau, super profético). Ela fez uma boca torta, aprece de derrame: "Eu sei que não voltei antes antes, nem quando você teve o derrame, deve ter sido muito difícil para você assim, sozinho com a mamãe." - VOCÊ SABE.
- Percepção de STATUS de cena, quem são o alto e o baixo status? Queremos da plateia torcer por alguém, os pelas/os duas/dois
- Coisas contraditórias são apenas presentes que tornam a perosnagem mais complexa, mais profunda. Não se desespere em justificar. Ex.: Você é a/o durona/ão da academia... descobrimos que você tem 38 gatas/os em casa. Isso não destrói sua personagem, lhe dá camadas, você só pensa que é durona/ão.
- Novamente lemrbar dos presentes de vestuário
- Transformar um acontecimento num padrão de comportamento leva o foco a personagem e não a história, ajuda a se manter no presente e na relação. Ex.: (A)"Eu fiz biscoitos para me desculpar por ter atravessado seu jardim com meu carro..." (B) "Vejo que tem muitos biscoitos aí. É para o resto da vizinhanca, não é? Por ter distruído todos os jardins!" - Assim a cena não é sobre destruir o jardim e como tudo aconteceu, e sim sobre como (A) é destatenta, ou tem rpoblema com álcool, e como isso afeta (B) e etc. 
- Ter uma "back story"("história por trás") é legal, mas a concentração está nas EMOÇÕES, PEROSNALIDADES E RELACIONAMENTOS: estes são os pontos que lhe ajudam a estar no momento
- A formação de figura ("objet work") lhe ajuda a estar no momento presnte. Volte a ela, ao ambiente. Como aprendi com Edson Duavy, isso lhe dá tempo, lhe faz sair da cabeça e respirar.
- Respirem e não falem às vezes: "slow it down" (ralente). 
- Não é extatamente uma questão da aula, mas estou lendo e me perguntando sobre o tema: Gênero X Artista. Homens fazendo mulheres, Mulheres fazendo homens. Não me incomoda ao mesmo tempo que me incomoda. Falo de um lugar feminista, mas não vou nem entrar ainda na questão do esteriótipo em si, competência, a liberdade do teatro, etc. É um assunto enorme e que eu ainda estou me debatendo. Mas chamo aqui atenção ao que vi em sala, ou ao menos me passou pela cabeça, na minha cabeça: algumas personagens não "podiam" ser mulheres, eram transformadas em homens (então tínhamos mulheres fazendo homens) porque, sei lá, era a C.O. da companhia (não foi este o exemplo que aconteceu exatamente). E que, por mais que saibamos que mulheres possam ser C.O.s, não é o pensamento inicial. Começo a acreditar como exercício, ao menos, que não mudaria o gênero das perosnagens em relação às/os artistas que as fazem, principalmente mulheres, para começar a me vizualizar e vizualizar outras mulheres em outras situações. E, aguardem, os outros questionamentos sobre gêneros, vêm por aí. Mas por agora é essa questão mesmo.

Exercício #4: FESTA

Basicamente mesmas regras da aula anterior. Cenas de 2 pessoas. Conhecemos primeiro todas as personagens. Na segunda rodada começa o encontro de pares diferentes (ainda sob edição de Craig). Na terceira rodada, começamos com novos encontrados indicados por Craig, mas quem quisesse podia entrar e aumentar o número de pessoas em cena. E no final, todas/os em cena.

Indicações:
- Todas as perosnagens se conhecem
- A festa já começou
- Nnguém vai embora
- Personagens fortes e diferentes energias

Comentários:
- O arco da personagem sempre se intensifica de cena a cena: mais bebadas, mais cansadas, etc.
- Como exercício: anotar palavrs chaves (E NOMES) de cada personagem: ajuda MUITO
- Se você se preocupa com ahistória, o plot, vira um fardo. Sua perosnagem não pode depender da história ou da conexão com uma personagem específica, te que ser forte sozinha para se emparelhada com qualquer uma outra.
- O exercício foi executado bem frouxo... E isso é ruim, mas é bom, Pudemos identificar exatamente o porquê: as personagens estavam todas praticamente envolvidas na história para a história, não eram fortes sozinhas.
- Na minha ansiedade de me fazer entender no inglês, eu não me faço. Quando respiro e falo de vagar: outra comunicação... Aff! O óbvio lhe bate na cara! Todas as anotações que Craig me passou ao final, eu "tinha feito", só que não, como eu não fui entendida, então não fiz. E não é  uma questão da língua (é também, mas de boa, não é mesmo), é de ansiedade. Em português as pessoas poderiam ter me entendido melhor na fala, mas preciso me comunicar melhor, ser mais específica e entendível (controlar velocidade na fala e gesto).

Exercício #5: LA RONDE (A VOLTA)

Mesmas indicações. Cada atriz/ator só faz um perosnagem no formato inteiro. Cena (1): A+B; (2) B+C; (3) C+D...; (10) J+A, fechando a volta. 

Indicações:
- Colocar a sua personagem em situações diferentes nas duas cenas que aparece. Contextos diferentes para que a vejamos num outro elemento, outra camada
- Personagens já se conhecem
- Personagens fortes e diferentes uma da outra
- Mesmo espaço de tempo e lugar ( no mesmo dia ou semana, na mesma cidade...)
- Escolher uma personagem que você vai curtir fazer, porque só será esta
- O foco da cena é na nova personagem

Comentários:
- O "fracasso" do exercício anterior ajudou muito neste exercício. Foram novas questões que apareceram
- As personagens não se afetam igualmente pelo humor/vibe das outras para não perderem a si própria. A perosnagem é um filtro, poruqe se ficar espelahndo emoções e humores, todas vão ficar iguais e as cenas chapadas. Ex.: Alguém está muito triste e você entra numa super energia. Você pode, mas não precisa baixar sua energia para "encaixar".
- Exercício de fazer personagens que são muito seguras de si lhe permite "saber" as respostas.

***

E tinha espetáculo de Impro na quarta à noite às 22h. "HERALDO"




Um grupo de Improv que se encontrou aqui para fazer Improv em espanhol. Havia meia casa, mas as/os convidadas/os para o show ocupavam boa parte dos lugares, talvez um quarto.

O espetáculo começou com o Hosting (Aberura da/o Anfitriã/o) explicando o show e como, assism como diz a divulgação: "Improv em Espanhol, Risadas em Inglês".  Eu não sei direito se funciona para o inglês, eu entendi perfeitamente o espanhol, então me diverti absurdamente.

Em seguida com dois stand-ups (que foram usadaos ema lguns momentos posteriores em call backs)

Subiu então um grupo convidado de amigos do grupo HERALDO que também partilhavam no espanhol/inglês, pessoas que ou nunca tinham improivsado jutnas ou nem se conheciam até então.  Foi bem interessante ver a conexão e a boa fluidez. Pegaram uma sugestão da plateia  e improvisaram uma série de cenas em TAG OUT desenvolvendo o mesmo plot, a mesma linha narrativa. Na série de cenas haviam flashbacks, perspectivas diferentes de uma mesma cena. Usaram códigos padrões da improvisação que, mesmo que a plateia não conheça, é auto explicativo pela ocorrência constante. Porém, alguns podem ser melhor sinalizados, digo, visíveis.

E para fechar e fazer a segunda metade so espetáculo de mais ou menos uma hora, subiram ao palco as/os integrantes de HERALDO. A partir de uma sugestão da plateia, descreveram espaço e itens da narrativa e começaram um TAG OUT de um mesmo plot, mas não necessariamente uma só história.

Minhas percepções:
- Elas/es se olham bastante e isso é bem forte
- Nem percebi se flavam espanhol ou inglês, ou quando mudavam e se mudavam, fluiu muito bem para mim
- Uma coisa me incomoda um pouco e não é em relação específica ao HERALDO, mas ao padrão da/o Anfitriã/o. Me soam sempre iguais: mesmo tom, mesmo tipo, as/os mesmos. Me incomoda, me é artifical, ainda não sei identificar bem porquê. Em HERALDO senti isso um pouco mais porque, sei lá, esse tom, não está nas/os artistas mesmo, mas quando se dirigiam à plateia como anfitriãs/ões, ganhavam esse... tom. Sei la', é uma coisa meio estadunidense de falar que me irrita um pouco, eu acho. Um educado por ser educado, e não natural ou vontade. Artifício, artefcial, arte, ofício, aqui estamos. Enfim! Quando descobrir, eu conto!
- As improvisadoras/es se dão probelmas umas/uns às/aos outras/os, e isso com cumplicidade com a plateia. Quase que "anunciam" sem sair de cena, o desafio a/o outra/o, o "tirar o seu da reta". Exemplo: "então me dê quatro motivos para eu não jogar futebol!" - O que a plateia entende na hora que esta pessoa fez isso de propósito e agora é a outra pessoa que vai ter que dizer 4 coisas diferentes e justificar tudo. Talvez não seja compreensível, mas Improv tem desse tipo de coisa que era necessário ter estado lá para entender.
- Haviam códigos de grupo, talvez específicos do grupo ou não, ou que surgiram naquela apresentação específica, mas todas/os embarcavam para a transição de cena em tempo, por exemplo.
- Elas/es se divertiram muito.
- MUITO LEGAL VER A LATINIDADE EM CENA. Eu fiquei feliz para caralho! Me pareceram mais soltos. Em não digo, mais que outros shows de Improv nos Estados Unidos, não é isso. Eu também nucna havia assistido nenhum deles no palco (com escessào de um ator que também estava no "BINGO" da semana passada), mas me pareceram... soltos... realizadas/os e realizaoras/es de algo... Na minha leitura, poder fazer Improv em espanhol com aquele grupo e trazer as referências de casa, as/os contemplava absurdamente. Enfim! Fazia parte da diversão.

- Tomara que eu consguia chama-las/os para o documentário! Ah! você aidna pode contribuir com a viagem do docuemntário para a Colômbia, se é que eu já não disse isso! hehehe. Acesse o link: Vakinha para a Colômbia

Semana quem vem tem postagem na segunda-feira! E curso novo começando na quarta, com postagem sobre ele na quinta!

segunda-feira, 26 de março de 2018

A Arte de Prestar Atenção: Entrevistas são chances de Escutar

Além do material novo publicado hoje, queria lembrar o lançamento da  Vakinha para o documentário de Impro que estou fazendo como parte da pesquisa. Diferente dos cursos, blog e festivais que estou participando pelo projeto VISANDO IMPRO, o documentário não tem, até o momento, qualquer apoio financeiro, saindo completamente do bolso das/os envolvidas/os.
Então, essa é a chance de contribuir para um material com profissionais do Impro de uma gama maior do mundo! Precismaos pagar a spassagnes, hospedagens, alimentação e translado de duas pessoas da equipe para colher entrevistas com galera da Colômbia, Japão, França e Israel no IX DIPLOMADO  INTERNACIONAL DE IMPROVISAÇÃO TEATRAL em Bogotá.
Você tem mais informações no site da Vakinha! Colhemos o apoio financeiro até dia 27 de abril (um mês antes da nossa viagem, então, sim: que pressa!!!!)

Para contribuir, acesse ao link:
https://www.vakinha.com.br/vaquinha/visando-impro-rumo-a-colombia

***
Material de hoje: DAVID PASQUESI: A ARTE DE PRESTAR ATENÇÃO

Tradução minha, do tipo da minha responsabilidade, não autorizado, da entrevista publicada originalmente em inglês no site: https://hoomans.org/podcast/david-pasquesi/

Entrevista concedida no dia: 01/03/2018

Atenção: por uma posição feminista a fim de evidenciar a presença feminina em discurso e apontar também como a nossa linguístia contribiu para a invisibilidade da mulher nos discursos, eu, sempre que possível e, para mim, cabível, evidencio o feminino quando o texto orginal não evidencia gênero (no caso do inglês isso acontece bastante) ou ainda quando a ordem gramatical impõe que prevaleça na generalização o masculino ao femino. 
OU SEJA, ESTE POSICIONAMENTO NÃO FAZ PARTE DO TEXTO ORIGINAL.

***

David Pasquesi é um dos mais experientes improvisadores em cena atualmente. Ele se foca em explorer o momento junto com a plateia, e não somente performanar para a plateia. Seu show com base em Chicago e Nova Iorque Tj&Dave — com seu parceiro de palco TJ Jagodowski — surpreende centenas de pessoas toda semana não apenas porque é engraçado mas por sua honesta busca e descobrimento de conecções que tão logo num momento anterior não existiam. Do The Second City para Hollywood, com ator Dave atuoy para teatro, comerciais, films, e shows de TC incluindo Groundhog Day, God of Carnage, Strangers with Candy, YEEP, Curb your Enthusiasm, At Home with Amy Sedaris, e vários films diferentes dirigidos por Harold Ramis. Ele também foi parte do grupo original que desenvolveu The Harold, a primeira improvisação long form concebida por Del Close nos anos 80 e que ainda é apresentado no Teatro iO de Charna Halpern’s em Chicago. Seu livro recém-publicado, em co-autoria com Tj Jagodowski e Pam Victor, chama-se "Improvisation at the Speed of Life" (Improvisação na Velocidade da Vida).

—O reatrato do Sr. Pasquesi é de fotografia e edição de Justin Hutchins.

Transcrição – David Pasquesi: A Arte de Prestar Atenção

David Pasquesi (convidado): Eu não uma pessoa religiosa, pode ser uma ilusão; não importa para mim. Se é real ou não eu acredito. Eu também acredito na improvisação e eu… Quero dizer, eu tenho prova disso; eu tenho evidências disso, Se eu faço essa coisa, e depois essa próxima coisa, e depois essa próxima coisa, todo o resto é tomado conta e não requer minha atenção. Então eu acredito que a improvisação é maior que eu. Eu acredito que a improvisação está cuidando de mim. Se eu fizer o que eu tenho que fazer, a improvisação vai tomar conta do resto. E isso não faz sentido, não faz sentido que aja uma narrative costurada no final disso. Isso nào faz sentido! Porque nós não estávamos fazendo isso; nós não estávamos contando uma história. Nós estávamos reagindo, honestamento, de momento para momento para momento; uma história foi contada: não por nós.
Simone Salis (anfitriã): Eu sou Simone Salis e este é Hoomans, com o convidado de hoje: David Pasquesi.
[Vinheta Musical]
Simone Salis: David Pasquesi é um dos mais experientes improvisadores em cena atualmente. Ele se foca em explorer o momento junto com a plateia, e não somente performanar para a plateia. Seu show com base em Chicago e Nova Iorque Tj&Dave — com seu parceiro de palco TJ Jagodowski — surpreende centenas de pessoas toda semana não apenas porque é engraçado mas por sua honesta busca e descobrimento de conecções que tão logo num momento anterior não existiam. Do The Second City para Hollywood, com ator Dave atuoy para teatro, comerciais, films, e shows de TC incluindo Groundhog Day, God of Carnage, Stangers with Candy, VEEP, CurbCurb your Enthusiasm, At Home with Amy Sedaris, e vários filmes diferentes dirigidos por Harold Ramis. Agoram você sempre teve esses planos? De seguir esse caminho, de chegar onde você está agora?

David Pasquesi: Não, isso foi… não.
Simone Salis: O que você planejava fazer?
David Pasquesi: Então, eu cresci nos subúrbios, você sabe
Simone Salis: De Chicago.
David Pasquesi: De Chicago; subúrbios de Chicago. Meu pai era um advogado. Meus irmãos foram para a faculdade e então meu… um irmão foi para a faculdade de direito, eu estava indo para a faculdade. Eu só imaginava, isso é o que se faz… faz a graduação, talvez, torne-se um advogado; era isso. Isso era… Isso era o que você fazia. Eu relamente nunca pensei sobre… Eu nunca… Eu nunca estive numa peça, nunca na graduação ou Ensino médio; eu nunca estive no palco. Na faculdade, eu nunca estudei teatro ou qualquer coisa parecida. Eu acabei começando, fazendo uma aula de improv quando eu era uma luno tipo do segundo ano da faculdade; nao na escola, for a da escola. E aquilo foi… minha professora foi Judy Morgan que era… acostumada a trabalhar no The Second city. E ela era fantástica e eu realmente aproveitei. Foi por acidente. Meu irmão, Tom, que estava na faculdade de direito, estava indo pegar algumas aulas de improv para que ele ficasse mais confortável em sua, você sabe, oratória de tribunal, como é chamada, onde eles faze messes simulados onde ele teria que ser um advogado. E ele queria estar mais confortável em frente de pessoas, então ele foi fazer algumas aulas de improv. E minha mãe… Eu estava na universidade, não estava morando em casa, ela insistiu que eu fosse com meu irmão.
Simone Salis: Por que?
David Pasquesi: Porque ela pensou que eu gostaria. E também eu era um pouco, você sabe… Eu não sei se degenerado é palavra certa, mas é próxima da palavra certa. Eu fui expulso de uma escola e…
Simone Salis: Então você foi uma criança degenerada. E você estava estudando em Loyola, certo?
David Pasquesi: Nessa época eu estava na Loyola, sim; Chicago.
Simone Salis: Ok. E você estava estudando filosofia.
David Pasquesi: Correto.
Simone Salis: Então sua mãe forçou você a ir.. não forçou você, ela…
David Pasquesi: Sim, ela forçou; a ir com meu irmão para essa aula de improv. Era o Workshop de Jogadoras/es (Players’ Workshop) no Second City e era na Wrightwood e Lincoln.
Simone Salis: Então você foi para… essa oficina de improv; o Workshop de Jogadoras/es (Players’ Workshop)…
David Pasquesi: E na época era um grupo de 6 aulas; o programa inteiro. E na sexta aula você estuda, você escreve seu próprio material, e você performa no palco do The Second City no domingo.
Simone Salis: Era um tipo de versão reduzida do conservatório, como é agora, mesmo que ainda não existisse nada assim.
David Pasquesi: Não existia nada assim. E o Second City não executava nenhuma das aulas; era só um teatro. Nõ havia… Não havia uma escola, não havia cursos. Ocasionalmente, Del fazia algo num final de semana ou Donny Depaulo. Estas eram as únicas 2 pessoas que davam aula por lá. Não havia uma escola organizada de qualquer tipo. Foi emocionantepara mim… eu abriria meus olhos para aquilo. Eu nunca havia estado no Second City. I havia ouvido falar sobre isso minha vida toda porque eu cresci ali perto. Eu sabia sobre Nichols e May, eu sabia sobre… eu… mas eu nunca tinha estado no Second City. Então eu comecei; Eu fiz essas aulas. Eu relamente gostei já de início.
Simone Salis: Como assim?
David Pasquesi: Eu estava indo bem nisso. Eu olhava em volta, meio que, “Eu estou me apoiando aqui em algo que eu não tenho qualquer experiência” e… e aquilo foi divertido, eu gostei daquilo.
Simone Salis: Foi isso que fez você pensar em fazer disso sua carreira?
David Pasquesi: Não… sim! Já de lá aquilo era … Era isso! E então estava de volta a escola, você sabe?
Simone Salis: Ok.
David Pasquesi: Mas isso era uma coisa divertida e eu ainda nunca consideraria isso como uma possibilidade de algo a se fazer.  Era tão, você sabe… era um hobby divertido, tanto faz.
Simone Salis: Ok.
David Pasquesi: Agora… e aquelas habilidades poderiam vir a ser úteis e no mundo real, certo? E foi assim que foi visto pelos meus pais, certo? Aquilo nunca foi… então eles não estavam… Eles não pensariam que aquilo fosse uma opção viável para uma…
Simone Salis: Carreira.
David Pasquesi: E aí eu comecei, eu li… o primeiro livro que eu li foi "Something Wonderful Right Away" (“Alguma Coisa Maravilhosa Para Já”) de Jeff Sweet. E eu lendo aquele livro e era a história do Second City e improvisação. E eu lendo e lendo… lendo, “Oh, aí está o elenco do Second City.”  E eu conheci todas/os aquelas/es caras, eu… você sabe, eu era fã de comédia. Eu conhecia Brian Doyle-Murray, Harold Ramis, Joe Flaherty, John Belushi, Eugenie Ross Fleming e Judy Morgan. E eu pendei, “Judy Morgan; esse é o nome da minha professora!”  E com certeza suficiente, foi aí que.. e eu não sabia, ela nunca disse aquilo. Mas com certeza era ela. Ela era uma daquelas, você sabe… sempre uma vez ou outra passando pelo Second City, um daqueles elencos que passam juntos e aquilo era…
Simone Salis: Bem, você mesmo terminando estando em um daqules do elencos do Second City, certo? Dirigifo por Del?
David Pasquesi: Certo. Foi… no elenco erámos Holly Wartell, Judith Scott, Joe Les, Timmy Meadows, Chris Farley, Joel Murray e eu.
Simone Salis: Bem, depois de quase 3 décadas, vocês ainda mantém contato? Você ainda é amigo de algumas dessas pessoas?
David Pasquesi: Joel… Joel e eu temos sido amigos por… nós nos conhecemos em Roma.
Simone Salis: Oh, ok.
David Pasquesi: Nós na verdade nos conhecemos no avião ara Roma, indo… nós dois estudamos em Loyola, Roma; nós… nós começamos a jogar golpe por lá. Eu acho que nós… nós fizemos um pequeno show de talentos juntos.
Simone Salis: Onde?
David Pasquesi: Na escola.
Simone Salis: Na escola? Ok.
David Pasquesi: Uh-huh. E nós também, emu ma ocasião, eu fazia malabarismos e ele cantava e nós fizemos algum bom dinheiro ou coisa assim.
Simone Salis: Na rua?
David Pasquesi: Na rua, sim, e então nós fomos para casa. E nós fizemos piada… Joel me lembrou que nós fizemos piada sobre isso, “Sim, não seria hilário se nós termiássemos como…” mas nós não nos conhecíamos um ao outro ou coisa assim, “Não seria engraçado se nós dois…”você sabe, “irmos trabalhar no Second City?”, “Bem, isso nunca vai acontecer!”. E depois nós voltamos para casa e depois nós terminamos assim, nós 2. Então eu terminei a escola mas enquando isso estava acontecendo, nós estávamos em contato e nós começamos a performar um pouco. Ele me trouxe para dentro disso. E então nós conseguimos algums informação do irmão dele que Del estava começando a ensinar de novo.
Simone Salis: No Second City, não?
David Pasquesi: Não, esse lugar chamado Crosscurrents. É a organização que agora nós conhecemos como iO; eram Del e Charna. E ela… eram como jogos teatrais … e competição; e era isso. Mas agora, Del estava lá. Nós não tínhamos nada a ver com os jogos teatrais. Del só… estava trabalhando com Charma e criaram o The Harold. Então Joel e eu fomos e acabamos indo para lá. Bós fizemos a audição para entrar na aula. E ele disse, “Ok, ótimo! Nós vamos ficar vocês, nós vamos ficar vocês dois.” E nós… nós fomos parte do grupo que ele costumava criar o The Harold.
Simone Salis: Del Close é a pessoa que tornou a improvisação long form (formato longo) em um negócio por si só…
David Pasquesi: …em si só, exatamente.
Simone Salis: Bem, não só negócios, arte; vamos chamar de arte.
David Pasquesi: Certo, mas aí você iria… até aquele ponto, improvisação long form (formato longo) era frequentemente o na maioria das vezes usada como um… como um material gerador que você então acharia algo com isso que…
Simone Salis: …como uma ferramenta.
David Pasquesi: …como uma ferramenta que depois você trabalha e aprimora, e então apresenta como entreterimento. Aquilo era o que a improvisação… Eu penso que ainda é um excelente uso da improvisação. Del propôs na audição que, que a improvisação pode… pode ser boa o suficiente com regularidade que você pode depender disso para ser entreterimento. Bernie era… a sugestão era, “Você não pode depender disso. Você não pode cobrar das pessoas porque pode ser um lixo,” você sabe?  E isso… e a verdade é que pode ser, sabe, isso é… isso é improv… se é verdadeiramente improvisado, pode ser um lixo.
Simone Salis: Então, o que você fez parte naquela época era da experiência de Del em tntar formalizer como formato mais longo de improvisação, e também em faze-lo confiável…
David Pasquesi: Confiável, certo.
Simone Salis: … para um resutado em que a plateia possa aproveitar.
David Pasquesi: Certo. E era isso. Onde… para inventar… Eu acho que essa era a ideia para ele; era inventar um estrutura que poderia fazer isso ser mais possível que, poderia ser uma, como era chamada, uma improvisação bem sucedida. , certo? Sabe, que fosse… que pudesse… que realmente pudesse explorer esse tema com uma certa estrutura. Porque muitas vezes aquelas improv long form (formato longo)…
Simone Salis: Você sente que funcionou?
David Pasquesi: Ah, sim!
Simone Salis: Você sente que funcionou como uma..? Bem, The Harold definitivamente funcionou. Porque começou como algo em Chicago e agora você provavelmente podever por todo o mundo como estrutura por si so e improvisação. Mas…
David Pasquesi: Era inacreditável. Quando nós estávamos naquela tour que você nos ajudoum nós fomos a… nós fizemos oficinas em… em Copenhagen e Viena e as pessoas vinham de Russia e Eslovênia, todas as pessoas sabiam o que Harold era. E agora nós estávamos falando sobre 1984 ou 5 ou algo assim, 20 pessoas no planeta sabiam um Harold era.  E também o… isso, sabe, as escolas de atuação mais legítimas agora vêem o valor na improvisação como parte da experiência de suas/seus estudantes; o que não se costumava usar. Os Bufões do Second City, era como nós constumávamos a nos referir sobre nós mesmas/os.
Simone Salis: Ok.
David Pasquesi: Mas eles eram somente artistas feirantes, certo? Nós eram vistos como… e nós também não éramos comediantes stand ups, Stand ups, nós não… então era um estranho grupo no meio. E… mas também naquela época, improvisação era uma… se você… se esse era o seu interesse e sua busca, improvisação era grantido um final sem saída. Então isso atraía um certo tipo de pessoa.
Simone Salis: … incluindo você mesmo e seu irmão, na época.
David Pasquesi: Sim, exatamente! E meu irmão… bem, certo. E se sua… improvisação como objetivo é um beco em saída; como uma ferramenta, é maravilhosa. Tipo, havia muitas/os empresárias/os, muitas/os publicitárias/os e coisas assim que vinham para as aulas. Mas alguém que só queria improvisar como outra carreira era simplemsnte idiota. E esse era eu e esse era Joel e essas/ese ram as/os caras com quem começamos. Aquilo era… Nós simplesmente amávamos! Eventualmente, veio o Second City. Você sabe, como a possibilidade de que poderíamos trabalhar lá, aquele era o único trabalho pago na época para alguém com esse conjunto de habilidades.
Simone Salis: Você começou a estudar com Del.
David Pasquesi: Certo.
Simone Salis: E… e então você estava performando regularmente a primeira encarnação do The Harolds.
David Pasquesi: Mm-hmm.
Simone Salis: Como era a estrutura? Era… era um Harold maior, certo?
David Pasquesi: Era maior, certo. Era…. Eu acho, como me lembro, nós fazíamos mais ou menos 40, 45 minutos, alguma coisa assim, eu acho. É assim que eu recordo. E então numa noite eu acho que Del disse “Vocês irão fazer o de hoje em 25 minutos,” e nós terminamos exatamente em 25 minutos. Ninguém tinha um relógio ou algo assim. Tipo, nós só… Mas até o The Harold, eu pensava que improvisações long form (formato longo), o perigo disso é de elas serem só essas coisas tortas que teriam transições realmente legais e transformações e material interessante mas elas nunca parececem como uma… uma peça.
Simone Salis: E não houvesse alguma conexão ou cola entre aquilo.
David Pasquesi: E nenhuma resolução. E então isso é o que eu penso ser uma das coisas valiosas que o The Harold faz, nós… é uma exploração do tema. Não é meramente sua estrutura, é/// é um caminho para se… investigar e explorer um tópico particular out ema. E nós estávamos indo fazer isso entre as cenas, nós estávamos indo fazer isso pelos monólogos, nós iríamos fazer isso entre os jogos inventados, atividades d egrupo. E então nós permitimos a improvisação ser tecida junto, nós não temos que fazer aquilo, será feito por si só. Eu lembro do Del dizendo, “Nào precisa ser embrulhado. É mais… Isso não é uma pirâmide, é mais como o prédio John Hancock.” É… o prédio John Hancock, ele não chega em lugar específico, mas você sabe que se você continuar com aquelas falas, irá chegar em algum lugar.
Simone Salis: Como vocês vêem a transformação que a improvisação sofreu durante as últimas duas décadas, por exemplo? Porque me parece que estamos  começando a nos aproximar de um satus cult da improv. Você sabe, aqueles termos que são repetidos na comunidade improv como “Dizer Sim, E…”ou “Estar no Momento…” perdem significado. Tem pessoas que os repetem, mas elas realmente tentando incorporá-los? Isso é que eu me pergunto. E é isso que está acontecendo com a improvisação?
David Pasquesi: Eu não posso… Eu sei do que você está falando e eu suspeito que você está absolutamente certa em algo, mas eu não estou mais envolvido com isso nesse nível. Então minha experiência com improvisação ainda é soment3e a minha… minha experiência original, o que é tipo de ridicularidade idealística e imaculada.
Simone Salis: Nós vamos mante-lo como o pai original.
David Pasquesi: Obrigado. Me mantenha ignorante. Mas eu vejo sim… Quero dizer, o modelo, a bem sucedido… modelo de teatro de improv que é para fazer dinheiro de estudantes, como estudantes, e fazer dinheiros de performers e nunca pagar por… nenhum dinehiro está saindo, nunca; dinheiro só entrando. Então este é o modelo! Nós tentamos um teatro não usando aquele modelo e nós falhamos. Não não conseguimos manter as portas abertas. Nós derramos dinheiro no lugar e nós estávamos… tudo que fizemos, tudo que estávamos tenando fazer era fazer shows que performers fossem pagos. E nós não éramos uma escola enós não ‘ramos um bar; nós só estávamos pagando performers. E nós não cosneuíamos.
[Intervalo Musical]
Simone Salis: Eu sou Simone Salis e este é Hoomans com o convidado de hoje, David Pasquesi; improvisador e ator de Groundhog Day, Angels and Demons e To Rome with Love.
Simone Salis: Quando você era mais jovem e começou improvisação com Del Close, um certo tipo de pessoas era atraído para essa comunidade hippie e tudo mais.
David Pasquesi: Sim, quase ambição zero.
Simone Salis: Isso era um requisite; tipo, você tinha que ter ambição zero. Se você tivesse uma, você poderia tipo…
David Pasquesi: Se ocê tivesse alguma… se você tivesse qualquer ambição, você perderia seu tempo.
Simone Salis:  Del tinha um teste; uma iniciação?
David Pasquesi: Não. É tipo, se você aparecesse…
Simone Salis: Era isso; esse era o único jeito.
David Pasquesi: Se você aparecesse, “Oh, você tem… lhe falta ambição, bom.” Então, lembre que este é um grupo de pessoas que nunca havia visto um Harold. Então nós não sabíamos o que nós estávamos fazendo… e estávamos bem com iss; bem sem estar sabendo.
Simone Salis: Como vocês encontraram o public para reagir a um Harold?
David Pasquesi: Então, elas/es eram… você sabe, que essa é uma grande parte dissso. E sempre, com improvisação, o punlico é uma grande parte disso. Nós descobrimos com TJ e Dave. O apoio do publico, a paciência do publico nos leva a fazer o que nós queríamos fazer. Se elas/es tivesem, você sabe, sido um publico qualquer em qualquer outro lugar, sabe, só coçando a cabeça e levantando e saindo ou bocejando, nós não conseguiríamos… Então, eu lembro que bem no início do Crosscurrents, nós estávamos fazendo esses Harolds e havia um aspect competitive a isso que Charna havia trazido dos jogos. Então deveriam haver 3 Harolds na noite e então o publico deveria votar em quem tinha feito o melhor trabalho. O ponto de visat dela era que isso engajaria a plateia um pouco mais a sentir que elas/es estavam participando mais, ao invés de só darem a sugestão original. E eu lembro do meu pai vindo assistir um desses primeiros. E ele disse para mim, “Eu sei… agora eu entendo. Eu sei porque vocês fazem isso. Mas por que as pessoas vem assistir isso?”
Simone Salis: Talvez ele tenha ido lá numa noite ruim.
David Pasquesi: Não, não. Eu entendi o… aquilo foi perfeito, sabe, é pergunta perfeitamente boa; “Por que as pessoas vem assistir isso?” Porque elas/es estão recebdno algo daquilo também; elas/es estavam… Elas/es são… Ele estava olhando para aquilo pela noção tradicional de, “Eu estou indo ser entretido por vocês, passivamente”. E isso não é o que a improvisação é; requer a participação da plateia. Seja em investimento ou sua atenção, no mínimo, ou em sua desconfiança em desacreditar ou… requer a elas/es participar e entrar e perguntar junto para onde isso vai, ao contrário de só sentar e, “Ok, então agora é a sua ves de me entreter.”
Simone Salis: Em TJ e Dave, o show  de improviso que você faz com TJ Jagodowski pela última década. A plateia também tem um papel central?
David Pasquesi: Absolutamente! Bem, isso aumenta a pressão. Aumenta a possibilidade de humilhação. Se nós estivéssemos num vácuo, não não humilharíamos a nós mesmos. Então isso aumenta a importância de fazer isso. Não não queremos ir mal. Nós não queremos fazer… nós sentimos uma responsabilidade para com estas pessoas a viver ao máximo até o final do nosso contrato com elas, que quer dizer que nós temos que nos comportar honestamente de momento a momento sem qualquer noção pré-concebida sendo… noções sendo calçadas nisso. Foi para isso que elas/es se inscreveram, certo? Que elas/es virão para assistir algo que foi inventado. E é para isso que eles se inscreveram. Elas/es estão dispotas/os para fazer isso… se arriscar de ter gasto seu dinheiro e tempo. Então, se elas/es estão dispostas/os a se arriscar, nós temos que fazer/viver ao máximo até o final deste acordo; que é, nós iremos cosntruir ir. Sem elas/es, nós não temos o que… não há contrato.
Simone Salis: Quem vai assistir a TJ e Dave provavelmente sabe que é u tipo diferente de improvisação que algumas vezes não sente a pressão da palavra “comédia” com emu ma improv cômica.
David Pasquesi: Certo. Nós não… nós nunca dizemos que e comédia. Nós nunca falamos como se fosse comédia; nós iremos improvisar.
Simone Salis: A ideia de improv que existe hoje é a da improv cômica que você deve encontrar em grupos universitários ou esse tipo de entreterimento.
David Pasquesi: Isso, e tem sido assim com frequência. Certo. Frequentemente, existe um entendimento que improv será uma comédia. E é por isso… uma das razões elas quais a gente não… a gente não abrevia improvisação; nós não abreviamos como improv. Nós conversamos sobre isso, improv é improvisação.
Simone Salis: Como você chega no estar no momento? Como você se foca exclusivamente no que você tem a sua frente e você desliga o seu cérebro? Você tem algum jeito de desligar seu cérebro e realmente só se focar com o que está acontecendo com TJ?
David Pasquesi: Bem, eu acho que essa é uma daquelas coisas sobre o public que ajuda. Acho que é o que conversamos antes que… com elas/eles lá, o fazer se torna mais… se torna mais possível que isso acabe dando muito errado. Então, por causa disso, eu preciso prestar atenção a ele para evitar a humilhação. Então, a ideia é que eu preciso prestar atenção à outra pessoa, a pessoa mais importante é a outra pessoa, a ideia, é se auto… você sabe, é se… se auto preserver. Porque toda a informação que você precisa, você tem. E também a… Você tem que confiar nisso, que isso é tudo que é preciso. E você sabe, eu estava apensas escutando [21:24](incerto) Henry Kissinger estava dizendo que você precisava ser cuidadoso para não pensar coisas na presença dele porque ele poderia dizer o que você estava pensando.É somente uma habilidade de prestar atenção como essa; e eu acho que isso é o tipo de coisa que nós estamos fazendo. Nós não estamos lendo mentes mas voc está dizendo muito pelo jeito que seus olhos estão se mexendo, pelo… Então eu tenho que prestar atenção em tudo isso porque eu preciso saber o que está acontecendo.  Isso, eu acho, é o… o trabalho do/a improvisador/a; é prestar atenção e responter honestamente momento a momento, e o resto vai se cuidar sozinho. Eu tenho que ter fé que o meu trabalho é conhecer este momento para que eu possa responder honestamente a ele, eu estou sendo informado. Então, fisicamente eu que que… existem pequenos ajustes que você faz que eu estou prestando atenção a. E pelo jeito que você está olhando para mim, eu aprenso tudo sobre mim e então eu tenho que confiar que eu estou certo.
Simone Salis: Certo, I vou tentar resumir, muito para mim, só para ver se eu entendi bem. Você acha que o palco é o lugar no qual você se coloca em tipo de pressão positive da plateia.
David Pasquesi: Sim.
Simone Salis: Mas também força você a viver o momento e prestar atenção a/o sua/eu parceira/o e descobrir o que está acontecendo sem qualquer ideia pré-concebida naquele momento específico com uma… Então você não entra no palco com uma ideia. Algumas/ns improvisadoras/es fazem isso.
David Pasquesi: E algumas/ns improvisadoras/es precisam disso. O que TJ e eu precisamos é que você faça isso. E… certo. E alguma coisa acontece porque a plateia está ali; alguma coisa acontece no palco na frente de uma plateia, em meu cérebro, que não aocntece em nenhum outro lugar. O que eu gostei sobre a improvisação desde o começo, foi isso.
Simone Salis: Esse é o combustível que você tira disso.
David Pasquesi: Alguma coisa… meu cérebro trabalha de forma diferente qunado eu estou no palco do que em qualque outra hora; e eu gosto.
Simone Salis: E você encontra alguma Liberdade, eu acredito, em não ter que se preocupar com nada além…
David Pasquesi: Oh, absolutamente! Eu não tenho que me preocupar com talão de chques. Eu não tenho que precoupar, sabe, com crianças. E eu tenho que me preocupar, sabe, se a porta de casa precisa ser concertada. E eu não consigo!
Simone Salis: Existe algo peculiar com TJ no palco que lhe permite fazer este processo?
David Pasquesi: Bem, sim. E isso aconteceu com outras pessoas antes. Joel é outro leu entro no palco com ele, nós conhecemos um ao outro tão bem que é… nós fizemos um show não faz muito tempo e nós 2 somente subimos no palco e as pessoas pensaram que tinha sido um show realmente bom ou que poderia ter sido somente uma conversa. Mas a gente não estava… não foi… não foi verdade, mas a gente se conhece tão bem que quando os fatos não foram reais, e a gente se conhece tão bem que podemos nos comportar de forma totalmente natual em qualquer situação um com o outro.  E eu acho que foi isso que eu encontrei com TJ. E isso foi o que nós… você sabe, com Joel, eu o conheço a tanto tempo que é compreensível mas com TJ, desde o primeiro dia, nós não nos conhecíamos e  a gente foi capaz de… Eu acho que porque nós dois estávamos interessados em prestar atenção desse jeito e nós dois acreditamos… acreditamos que improvisação também pode ser isso.
Simone Salis: Você encontra  isso acontecendo na sua vida? Algumas vezes você tem uma chance de conhecer uma pessoa que você nunca encontrou antes e não é amor, não é como amor à primeira vista ou qualquer coisa assim, mas você percebe que existe um tipo de jeito de interagir que provavelemnte é mais produtivo e empaticamente mais profunso; como, parece que você rem isso com Joel Murray, o irmão do Bill Murray, e a propria pessoa dele. Nós não Podemos define-lo…
David Pasquesi: Primeiro de tudo… Primeiro de tudo, ele é Joel Murray; e também o irmão do Brian Doyle-Murray.
Simone Salis: Existem muitos irmãos; muitos irmãos Murray. Mas esse… você vê isso acontecendo e você pensa que é possível aprender a reconhecer isso ou isso é só uma retrospective como uma justificativa de você para você mesmo?
David Pasquesi: Oh, não! Nós soubemos bem no início. Foi meio esquisito, “Parece incomum que nós consigamos nos comunicar assim tão bem.” E eu acho que é somente a partir de prestar atenção de tão perto. E eu constumava dizer depois do preimiro ano dos nossos shows, “” Eu conheço o TJ… Eu conheço o TJ por exatamente 52 horas,” sabe? Proque nós não passámos realmente tanto tempo juntos for a aquilo. A gente até se encontrava, nós fazíamos esses shows e por alguma razão éramos capazes de nos comunicar nesse jeito incomum. Agora que a gente conhece um ao outro, é óbvio que a gente…
Simone Salis: Eu tive a chance de ver você antes de um shoe quando você estava explorando um novo espaço. Assim que você chegou neste teatro lindo, você… você começou a andar e dar longos passos por você tem, o que, 1,96m?
David Pasquesi: Mm-hmm.
Simone Salis: Eram passos muito largos.
David Pasquesi: Não, é só que…
Simone Salis: Não, passos incrivelmente longos! Me deixe apenas criar a imagem de você quase voando de um lado para o outro do palco. Estes… Estes gigantescos passos!
David Pasquesi: Superhumano.
Simone Salis: Passos superhumanos! Você só começou a andar pelo espaço; pelo perímetro. Você andou por mais ou menos 1 ou 2 minutos sem dizer uma palavra, em complete silêncio, pelo palco, diagonalmente. Entao você parou e disse algo como: “Isso é lindo! Eu sento a energia desse espaço. É tão bonita!” Como isso funciona? Bem, como o espaço influencia na sua performance? Qual é a sua relação com um espaço?
David Pasquesi: É… sim, tem isso. É, você sabe, descobrindo isso também enquanto… enquanto está acontecendo. É, sabe, algumas pessoas falam sobre, “Oh, eu acabo bloqueando a plateia. Ela não está lá,” isso não é verdade; a plateia está ali. Deveria ser tolo para você pensar que a plateia não está ali; isso é uma mentira. A plateia está bem ali. Eu não tenho que alcovita-las/los. Mas eu reconheço que elas/es estão ali e eu… elas/es nos dão muito de lá. É um tipo de… TJ fala sobre isso no começo, um tipo de relacionamento egoísta que nós temos com a plateia; nós estamos pegamos muito dela e nós não estamos dando nada em troca.
Simone Salis: E vocês não estão pagando pelos ingressos.
David Pasquesi: Isso.
Simone Salis: Elas/es são as/os que estão pagando pelo ingresso.
David Pasquesi: E bem, como a plateia, o espaço também está lá. Está… tem relamente aquela rachadura no chão. Tem mesmo… quando eu olho para os ombros do TJ eu vejo aquele espaço lá atrás. Então essa é uma das razões para andar por ali; para me acostumar… Eu não quero ser surpreendido por nenhuma dessas coisas que eu… que estou… eu não vou… que eu vou ter que tentar imaginar que não está lá.
Simone Salis: Você também algumas vezes vira suas costas para o publico. E a maioria das/os professoras/es de teatro e improv normalmente usam o chicote quando… quando um/a ator/atriz faz isso no palco. Algum/a professor/a alguma vez lhe disse isso?
David Pasquesi: Para não fazer isso?
Simone Salis: Para não fazer isso.
David Pasquesi: Oh, Deus, sim! Toda hora! Isso é o que professoras/es dizem a você, “Não dê as costas para o public”. Mas nosso show é um pouco diferente nisso, nós não sabemos como será; nós não temos o luxo de bloquear. Nossa crença é, “A responsabilidade dos/as atores/atrizes é de se comportar honestamente.” E se comportar honestamente não dá sempre uma boa imagem de palco; e isso parece ser desonesto. Para eu estar conversando com você, nós dois/duas estamos olhando diretamente para fora, isso não é realsita e não ajuda. Eu preciso pegar toda a informação de você. Então eu tenho que olhar para você a todo momento. Eu não me permitir não estar olhando para você. E então a gente… a gente fo**** com a imagem de palco algumas vezes; Eu vou ter que ter as minhas costas para a plateia se eu… se eu tenho que conseguir olhar para você toda hora. E isso é mais importante. É muito mais importante eu olhar para você do que não deixar para a plateia olhar a minha bunda. E você sabe de uma coisa? Isso é… sorte delas/es.
Simone Salis: Sim, exatamente! Eu vou apostar que esta é a mesma razão pela qual você não anuncia nomes ou fatos em suas falas durante uma conversa entre a sua perosnagem e do TJ. Como, “Por favor, você pode me passer aquele copo de ágia, Mark?”, o que eu não diria na vida real.
David Pasquesi: Certo, é… certo, estranho, não?… e novamente, existem, você sabe, existem diferentes situações que pedem diferentes coisas. A gente… a gente tem o luxo, TJ e eu, e Joel e eu, temos uma… emcertos jeitos de improvisar, você tem o luxo de não ter que tirar todas aquelas coisas do caminho logo. “Diga-me, doutor/a, você disse que os resultados chegaram,” isso faz com que todo mundo saiba tudo agora mesmo. E algumas pessoas pensam que isso é uma boa ideia, certo? Isso é uma boa ideia se a gente precisar fazer uma piada; não ajuda para improvisar. E mesmo se eu descobrir que eu sou a/o paciente e você é a/o médica/o e existem os resultados, nós não estamos melhores de alguma forma; nós ainda temos que improvisar. Isso não ajuda! Eu ainda não sei como eu me sinto sobre minha/meu médica/o e nós ainda não sabemos o que minha/meu médica/o pensa sobre mim. Eu ainda não sei o quanto assustado estou sobre esses possíveis resultados; essas coisas são importantes. E eu consigo ter todas essas coisas importantes sem eu nomear ou afirmar fatos. Eu ainda posso estar aterrorizado sobre o que você virá a dizer para mim sem ter uma relação médica/o-paciente.
Simone Salis: Existe alguma coisa que você quer explorer intencionalmente no palco algumas vezes; como um sentiment ou alguma coisa?
David Pasquesi: Não algo que… não algo que venha antes.
Simone Salis: Ok.
David Pasquesi: Mas, sim, se alguma coisa…se alguma coisa se apresneta no palco, aparentemente sem relação com o que estamos falando no palco, mas e de repente eu estou horrivelmente ansioso… Eu vou definitavamente tentar descobrir o que… o que isso tem a ver com a cena. Porque isso é o prestar atenção e novamente, só prestar atenção, prestar atenção a tudo, prestara atenção a mim também.
[Intervalo Musical]
Simone Salis: Eu sou Simona Salas e este é Hoomans. Você pode ouvir esta entrevista novamente pelo hoomans.org e pode se inscrever pelo seu podcast favorito aqui. Hoje o hooman é David Pesquesi, um performer com quase 4 décadas de expeirência em teatro de improviso e também shows the TV como Veep, Strangers with Candy, At Home with Amy Sedaris e muito mais.
O que mais lhe ajudou a ser e sentir como um performer melhor no palco quando você estava só começando?
David Pasquesi: Não existe melhor professor/a do que estar no palco diante da plateia. E uma plateia de oficina é uma coisa, mas se… mas uma plateia de pessoas que pagou para lhe ver é uma coisa diferente; é… isso é melhor.
Simone Salis: Você me disse uma vez para olhar o que alguém quer deles/as mesmos/as e um momento específico. Você diz…
David Pasquesi: Sem julgamento.
Simone Salis: Sem julgamento, certo.
David Pasquesi: Então, sim, o que… o que você quer? O que você está procurando? Certo? O que você quer fazer? Você quer ser… por exemplo, você quer ser um/a ator/atriz de novela? Você quer estar na TV? Nada de errada com isso, mas saiba o que é que você quer. Ou você quer fazer uma peça? Você quer… você quer se tornar um/a improvisador/a melhor? Todas essas coisas são diferentes. Se eu… se eu estou fingindo que eu só quero ser um/a improvisador/a melhor e vou fazer isso mas na verdade eu quero estar na TV, eu vou ficar insatisfeito/a, no melhor cenário, e provavelmente inútil para aquelas/es a minha volta. Mas porque eu estou indo improvi… Eu estou indo a aulas de improv e estou improvisando no palco, e o que eu realmente quero é não estar aqui e então é terrível para mim e para todo mundo. Eu… Se eu quero um trabalho na TV, eu tenho que ter certeza que estou fazendo o que eu tenho que fazer para conseguir esse fim. Não tem que ser isso. Eu lembro de conversar com alguém uma vez e ela/e disse… Eu perguntei essas coisas e ela/e respondeu, “Oh, eu quero ser… eu quero fazer uma peça na Broadway.” E eu tipo, “Bem, você não pode estar aqui em Chicago; isso é fisicamente imporssível. É idiota para você estar aqui se o que você quer é estar num palco da Broadway.”
Simone Salis: Então escute o que você quer, não julgue…
David Pasquesi: Nenhum julgamento.
Simone Salis: … e então vá para a Broadway se você quer ir para a Broadway.
David Pasquesi: Isso aí!
Simone Salis: Então o primeiro passo: ir para Broadway!
David Pasquesi: Sim! Isso! Vá para onde é possível, certo? E a mesma coisa para televisão; se você quer estar na televisão, como… sabe, e também, como você quer estar na televisão?
Simone Salis: Você faz isso também com você mesmo?
David Pasquesi: Sempre! E isso muda toda hora! Algumas vezes eu… eu sempre… eu quero fazer uma peça. Ok, eu devo fazer algo a respeito, dar os passos para certificar que vai acontecer. Eu quero um trabalho na TV. Eu quero um trabalho no cinema… algumas vezes eu preciso ganhar dinheiro. Sabe, algumas vezes isso é…
Simone Salis: E sem julgamentos com isso!
David Pasquesi: Sem julgamentos! Isso é f***da, sabe, se acontece! Você sabe, isso é absolutamente o que precisa… o que precisa acontecer agora. Seria ótimo se eu pudesse ganhar din heiro e me divertir.
Simone Salis: Se eu quero ganhar dinheiro e eu sou um/a improvisador/a, e eu quero fazer as duas coisas ao mesmo tempo…
David Pasquesi: Isso é besteira! Se eu realmente quero fazer a gente ganhar dinheiro e vou improvisar, isso é… isso não ajuda; é contrapodutivo.
Simone Salis: O que você queria enquanto você ainda estava na escola? Assim que você começiu, o que você queria no começo dos seus 20 anos quando você estava…?
David Pasquesi: Uou! Eu não sabia; Eu honestamente não sabia. Quando eu comecei a improvisar a coisa? Para… não sabia; não sabia o que eu queria.
Simone Salis: Qual foi a primeira coisa que você percebeu que queria?
David Pasquesi: Eu queria ser melhor em, tipo… improvisação, com Del. E depois também… eu, tipo, eu tomei uma decisão em parar a vida normal.
Simone Salis: O que é a “vida normal” para você?
David Pasquesi: Para mim, era um trabalho de dia em tipo uma imobiliária, e a noção de ir para escola de negócios. Eu eu apliquei para escolas de negócios e fui aceito para Kellogg em Northwestern. Eu só abandonei tudo e fui morar no chão de amigas/os, comecei a fazer stand-up e indo as aulas com Del. E isso foi… não deu muito certo com meus pais!
Simone Salis: Como você se sentiu sobre a decisão de abandoner a vida normal? Você ficou… você ficou com medo, certo? Ou incerto, pelo menos?
David Pasquesi: Eu lembro de ver um vagabundo na rua; foi na esquina da North e Welles bem perto da… da banca de revistas. E lá estava um cara… era inverno e lá estava um cara dormindo, literalmente dormindo, na calha. Ele estava… E eu… e eu disse para mim mesmo, “Eu… isto é uma… se eu continuar nesse caminho, essa é uma possibilidade real.” E eu disse, “Ok.”
Simone Salis: Você estava pronto para aceitar isso?
David Pasquesi: Eu estou pronto para aceitar isso! Mas também, isso foi tipo, “Eu preciso tomar cuidado porque essa é uma possibilidade real.” Então eu achei… eu… sem atenção, aquele caminho pode bem acontecer; então eu tenho que… Eu tenho que ficar atento.
Simone Salis: E agora você mora num lugar maravilhoso na Antiga Cidade em Chicago. Não foi a improvisação especificamente que lhe permitiu isso,
David Pasquesi: Você est;a falando de fazer dinheiro?
Simone Salis: Sim, eu estou falando de fazer dinheiro. Então algumas vezes, “Eu quero dinheiro,” não é eu quero dinheiro, é “Eu preciso de dinheiro”.
David Pasquesi: Sim, eu preciso de dinheiro! E eu adoraria que isso fosse… Eu adoraria fazer meu dinheiro fazendo coisas realmente legais. Esse não é sempre o caso.
Simone Salis: Eu estava… Eu estava tentando ser enigmática…
David Pasquesi: Sim, não, este nem sempre é o caso.
Simone Salis: … e usar eufemismos.
David Pasquesi: Não, não é sempre o… Eu não posso… então, eu tinha um tio que era escritor. Ele era um jornalista para o jornal Hearst aqui em Chicago e ele era um criminalista. Mas ele também escrevia peças e ele era um cara muito epserto. E ele disse, “O que você faz para a sua arte e o que você faz para o seu pão e manteiga não devem ser a mesma coisa. Essas são coisas são separadas e você deve mante-las separadas porque de outra maneira você começa a ressintir as duas.” Então eu faço dinheiro e faço isso que eu amo. Algumas vezes as duas estão próximas, mas elas não são… elas não são a mesma coisa e elas não deveriam ser a mesma coisa. Eu tenho ua renda e faço que o amo.
Simone Salis: Então improvisação é o que você ama… e qual tem sido sua fonte de renda?
David Pasquesi: Agora, eu estou bem afortunado por ter consigo… Eu geralmente era contratado como dublador.
Simone Salis: Mm-hmm, comerciais…
David Pasquesi: Locução de comerciais, a voz do radio e da televisão em comerciais, e eu sou eternamente grato que eu tenha feito isso. E isso porque eu vivia em Chicago. Chicago costumava ser um grande Centro para pos-produção de trabalhos comerciais.
Simone Salis: E publicidade em geral, certo?
David Pasquesi: Certo.
Simone Salis: O que você quer agora?
David Pasquesi: Hmm, uh… huh… eu ainda amo improvisar; eu gostaria de fazer isso mais. Mas eu gosto… eu gosto de trabalhar; isso é o que eu quero fazer. Eu quero trabalhar mais; eu gusto de trabalhar. Eu gusto… de um tipo diferente de for a do alcance, eu realmente adoro fazer dublagem. Eu gusto de fazer coisas de TV, eu gusto de escrever e filmar nossas pequenas e estúpidas, você sabe, coisas de web séries. Tem uma outra web série que eu estou trabalhando, ajudando algumas/alguns amigas/os com a escrita. E… e eu curto tudo isso.
Simone Salis: Qual é o nome do show?
David Pasquesi: Chama-se Special Skills (Habilidades Especiais) com Patrick Webb e Marina Squerciati; elas/es são maravilhosas/os. E a outra… a outra coisa que nós fizemos foi o show Graveyard… com Krystal T e Ron Eliza ready.
Simone Salis: E música de Ike Rilley.
David Pasquesi: Música de Ike Rilley! Ike Rilley é fantástico! E tem um outro show que eu quero,,, que eu estou tentando fazer com… com ele!
Simone Salis: Quais… quais referências cômicas você tem? Tipo, você tem algum/a comediante que você ama?
David Pasquesi: Sim, os Marx Brothers, Peter Sellers com ator, Cheech e Chong. Eu acabei de conhecer Cheech há algumas semanas e me deixou pensando. Eu gostaria… então… Eu vejo o seu poster do Lenny Bruce. Eu… quando eu era uma criança, eu não ouvia a Lenny Bruce, eu não ouvia Carlin; eu ouvia Cheech e Chong e eu… eu só achava que esses caras eram fantásticos.
Simone Salis: Como foi conhece-lo?
David Pasquesi: Eu me comportei como um idiota; como uma pequena… uma leviana collegial. Foi ótimo; ele é um cara ótimo. Mas sim, eu penso nos irmãos Marx, Keaton e essas pessoas… você sabe, elas/es são … eu gostava de Woody Allen… e também seu show, Sid Caesar e aquela galera. E novamente, aquele era um grupo de pessoas, aquela sala de escritores é f***damente inacreditável e o elenco era ótimo; Howard Morris, Carl Reiner e Imogene Coca são simplemente fantásticas/os! A… você sabe uma grande influência de mímica? O Second City e todas as pessoas que vieram antes.
Simone Salis: Você mencionou Nichols e May…
David Pasquesi: https://ir-na.amazon-adsystem.com/e/ir?t=hoomans-20&l=alb&o=1&a=B0017PFAFCNichols e May, Alan Arkin, Mina Cobey, Del, Severin Darden, Howard, Fred Cass, simplesmente pessoas fantásticas. Sabe, e tem aquela outra galera que eu mencionei nos… nos 60-70, sabe?
Simone Salis: Você ainda faz stand-up?
David Pasquesi: Faço!
Simone Salis: Você faz?!
David Pasquesi: Faço um pouco…
Simone Salis: Onde?!
David Pasquesi: Bem, eu estava… Eu abri para Emo Philips no Zanies no último… ultimo agosto. E depois eu estive em Atlanta, eu fui lá e fiz uma coisinha.
Simone Salis: Quais temas você gosta de abordar com stand-ups?
David Pasquesi: Coisas sobre… Eu realmente descobri que eu falo um pouco sobre fu****.
Simone Salis: Você fala sobr du***. Okm vocês deixar assim…
David Pasquesi: Não… eu na verdade comecei a fazer um pouco sobre…
Simone Salis: Política?
David Pasquesi: Um pouco, sim.
Simone Salis: Você sente que os últimos dois anos forçaram você para experimentar e pensar mais sobre coisas assim e comartilhar seus pensamentos sobre isso?
David Pasquesi: Bem, é sobre o que eu estou pensando agora, certo? O que eu não cosntumava fazer. Eu sou acostumado a ser… você sabe, deliberadamente não envolvido. E, sabe, isso não é… não é mais possível. E também por conta de coisas como, a razão pela qual eu mencionei, seus shows mostram, eles nunca atacam um individuo, certo? Eles não eram permitidos a se tornar estandartes ou práticas. Eles eram… Existiam regulmentos que você não podia falar sobre “Religião e tudo mais”, você podia somente falar “um cardial”, certo? Então você tinha que manter tudo generalizado; o que é, eu acho, mais interessante. Bernie costumava falar disso também. Nós não queremos… você sabe, não queremos imitações. Nós queremos mostrar a pessoa em casa.
Simone Salis: Sim, num… num cenário do dia a dia…
David Pasquesi: Exatamente!
Simone Salis: … isso nos permite traze-los para cá ou elas para cá…
David Pasquesi: Exatamente!
Simone Salis: … traze-las/los para cá ao nível que é o mesmo que o nosso.
David Pasquesi: Isso, e mostra um lado diferente delas/es, certo? Tipo, você sabe, ele/ela é um/a… sabe, realmente durão/ona; isso é tudo que sabemos del/a. E ele/ela é somente isso, sabe, um/a assustado/a garotinho/a; um/a assustado/a garotinho/a.
Simone Salis: Você é uma pessia spiritual?
David Pasquesi: I sou um gigante espiritual.
Simone Salis: Você é um gigante espiritual, não uma pessia. Você ainda é humano ou…?
David Pasquesi: Eu não sou uma pessoa religiosa.
Simone Salis: Você… você creceu em alguma religião?
David Pasquesi: Cresci; Eu cresci como um católico.
Simone Salis: Católico romano.
David Pasquesi: Sim, Eu fiz…. Fui a uma escola primária católica.
Simone Salis: Quando você parou? Se você atualmente não é uma pessoa religiosa…
David Pasquesi: Assim que me foi possível. E, sabe, isso… Eu também flertei em entrar para o seminário. E…
Simone Salis: Bom Loyola é uma escola jejuíta…
David Pasquesi: Loyola é uma escola jejuíta.
Simone Salis: … e você se formou lá, certo?
David Pasquesi: Sim. Eu… Eu tenho amigos que estão no clero e isso nao é algo… não é algo… que me beneficiaria.
Simone Salis: E qual foi o passo 2? Você decidiu que aquilo não era para você assim que você pode…
David Pasquesi: Certo. Depois, sabe, você… você cresce emu ma certa religião, aquela merda está lá dentro profundamente. Então demora um pouco para sai; está lá no fundo! A… uma grande e real é aquela da condenação de… sabe, that shit’s in there deep. So that takes a while to get out; that’s in there deep! The… a real big one is that condemnation of… you know, so Soberano; sim, essa Eu… esse alguém Soberano que odeia o que eu sou e o que estou fazendo. Sabe, existe uma nuvem de “Oh, Eu nun… Eu nunca estou vivendo à Altura do que eu…” e isso nem tem que ser uma merda horrícel. É como, “Oh, eu não fiz o suficiente hoje. Ugh!”, sabe?
Simone Salis: Você teve alguma fase depois de abandoner isso em que você decidiu não se importer com isso ou você redescobriu alguma… algum tipo de espiritualidade?
David Pasquesi: I acredito que isso. Sabe, eu sempre procurei. Eu estudei filosofia na escola e, você sabe, junto com toda religião. Eu gostei aquilo também porque eu também usei um monete de drogas e eu descobri…
Simone Salis: Vamos fazer uma lista.
David Pasquesi: Sim. Eu quero dizer… mas eu também ecnontrei algumas expeirências com isso, que eu… foram terrivelmente desagradáveis e inexplicáveis! E então eu pensei que era isso, sabe, a… talves seja ilusão; não importa para mim. Se é real ou não, eu acredito, É isso… Eu gusto quando eu acredito. Eu andei com muitas/os atéias/ateus; verdadeiramente verborrágicos do cara***, ateístas fundamentalistas. E eu não psso provar nada. Eu também acreidto na improvisação e, quero dizer, eu tenho aquela prova. Eu tenho a evidência daquilo. Se eu faço algo e depois essa próxima coisa e depois a próxima coisa, todo o resto está cuidado e não requer minha atenção. Então eu acredito que a improvisação é maior que eu. Acredito que a improvisação está tomando conta de mim. Se eu fizer o que eu tenho que fazer, a improvisação cuidará do resto. E isso não faz sentido; não faz sentido que exista uma narrative costurada no final disso. Isso não faz sentido, porque n’os não estávamos fazendo isso; nós não estávamos contando uma história. Nós estávamos reagindo honestamente de momento a momento a momento. Uma história foi contada, não por nós, a ideia de que ambas/os somos participantes e passageiras/os enquanto nós improvisamos. Tão.. tão, sim.
Simone Salis: Então isso está…
David Pasquesi: Isso está for a de nós também.
Simone Salis: Alguma vez você já se viu for a de você quando você estava improvisando, como um terceiro olho?
David Pasquesi: Você, você tenta, certo? É o que lhe dizem para fazer. Essa era uma das sugestões de Del.
Simone Salis: Oh, era?
David Pasquesi: “Coloque um olho no fundo da sala …”
Simone Salis: Ok, eu não sabia disso.
David Pasquesi: “… sempre,” sim. “Enquanto você está improvisando, eu estou olhando para você, eu estou olhando para mim e então olhando para nós. Porque eu preciso saber tudosobre isso; eu preciso saber como isso se mostra.” Mas não como a conhecida coisa de estar for a do corpo. Um vez há muito tempo… quero dizer, eu lembro… eu ainda lembro de uma ocasião daquela época quando faziámos os primeiros Harolds que isso aconteceu comigo. Tipo, “Pu** Mer**! Eu sei o que está acontecendo! Eu sei o que vai acontecer! Parte de mim estava pensando que “Eu sei exatamente o que vai acontecer,” foi fascinante pra mim.
Simone Salis: Sim.
David Pasquesi: E aí foi de verdade!
Simone Salis: E qual foi sua reação a isso... a esse…?
David Pasquesi: Apenas prazer puro; apenas… eu imagino que deveria ter um sorriso ridículo na minha cara.
Simone Salis: Tudo bem. Obrigada Sr. David Pasquesi. Hoje foi um prazer.
Mr. Pasquesi (em italiano): Grazie tanto, Simone.
Simone (em italiano): Prego moltissimo, grazie per aver partecipato. E isso foi porque eu sou italiana, no caso de você não ter percebido durante todo o show.
Simone Salis: David Pasquesi é um dos mais experientes improvisadores por aí que também fez parte do grupo original desenvolvendo The Harold; a primeira improvisação long form concebida por Del Close para se aprovietada pela plateia como uma estrutura inclusive. Ele está em cena em Nova Iorque e Chicago com TJ Jagodowski  em seu show, TJ e Dave, e você também pode vê-lo em VEEP na HBO e At Home with Amy Sedaris na truTV. Ele recentemente publicou o livro de co-autoria com TJ e Pam Victor: "Improvisation at the Speed of Life" (Improvisação na Velocidade da Vida)’.
O sustento deste show vem de você. Produzir Hoomans é uma incrível experiência e recompense que nos toa centenas de horas a cada mês. Eu cuido da gravação, escrita, edição, criação de gráficos, códigos do website, publicação, promoção, agendamento e contato com convidadas/os, e mantendo meu sotaque à distância. O objetivo é ouvir, conectar e compartilhar histórias de humanas/os como nós. Se você quer continuar se encolvendo nos novos episódios com regularidade, você pode apoiar o show agora, começando com o equivalente a uma xícara de café.
Ou uma corrida do metrô.
Ou dois rolos de papel higiênico.
Ou uma aspirina.
Ou duas coisas na loja de um dólar.
Mais impostos.

Em hoomans.org/donate.

***

Devo dizer que cada vez mais para mim a escuta, esta arte de prestar atenção, tem se feito o meu encantamento quanto a Impro para todas as artes e para a vida. Concordando, acreditando ou não em tudo que Pasquesi fala, é de um forte legado e ciência da arte em si, e não apenas da Impro.

Lembro também que existe o documentário sobre um espetáculo dele com Tj, chamado: TRUST US, THIS IS ALL MADE UP.