segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Novos planos cruzando o oceano

No início de mês de agosto eu comentei aqui que estava cheia de novidades e que elas viriam com o tempo. Pois é, bem em tempo e encima da hora. Nesta segunda-feira, 17 de setembro de 2018, incio os meus estudos no programa de Doutoramento em Estudos de Teatro da Universidade de Lisboa... Sim, estou em Portugal. Meu visto de Residência para fins de estudos (3 a 4 anos de curso) só saiu nesta quinta-feira, embarquei para Lisboa no sábado, chegando no domingo. Ufa!

Fonte: https://www.neolo.com/blog/ahora-neolo-tambien-en-brasil-y-portugal.php

Por que contaria isso aqui? Porque minha pesquisa de Doutoramento (tenho que me acostumar essa palavra) está pautada em Impro. Tenho esse interesse de continuar pesquisando e produzindo material em português (por isso também escolhi Portugal) sobre a Impro, tanto como linguagem teatral quanto como ferramenta de criação e de treinamento de atrizes/atores.

Cá estamos! Quatro horas a frente no fuso horárioe começando nova etapa. E neste blog vou repartir as questões de Impro que apareçam por cá.

Já compartilho algumas ideias e porquês.
Por que Doutorado? Porque Universidade de Lisboa? Por que Portugal? Por que não outras instituições, cidades e países? Como é o projeto?

O meu caminho acadêmico encontrou com a Impro, como linguagem, bem no meio da graduação. A Improvisação sempre esteve lá, mas entender como se improvisa e possibilidades da improvisação como processo e como obra teatral foram desenvolvidas a partir da experiência como plateia do "Qual o seu pedido?", espetáculo apresentado por Edson Duavy e Fernando Booyou nos bares da capital federal a uns bons... 12 anos ou mais. Desenvolvi dali para o final do curso, fazendo parte do elenco do espetáculo, um interesse por uma dramaturgia jogo, sem saber exatamente o que era e o que existia.
Me preparando para o Mestrado e já desenvolvendo a pesquisa também: BOOM! A Impro se articulou a minha frente, e com ela, o preconceito que ela sofre. Eu estrevistei esta semana o Saulo Pinheiro da Cia de Comédia Setebelos em Brasília e perguntei se ele via preconceito em relação a Impro... ele começou incerto tendencioso para o não. E nós duas/dois conversando ali fomos encontrando as indicações daquele "bom" estilo de preconceito brasileiro: o velado. Quantas/os artistas foram te assistir nos seus espetáculos de Impro? Quantas/os foram fazer cursos? Quantas/os sabem o que é? E isso depois de quanto tempo existindo em Brasília? 
Enfim... Acredito piamente que uma das maneiras de descontruir qualquer preconceito é encara-lo como ignorância (em várias camadas dessa palavra). Uma maneira de combater ignorância é pela divulgação e partilha do conhecimento. Aqui temos esse blog, as palestras, e o projeto do documentário na tentativa migalha por migalha, grão a grão. E agora também o Doutoramento. Então: por que Doutoramento? Para desenvolver bibliografia em português sobre Impro.

Porque Universidade de Lisboa? Primeiro: por que não? Essa rebatida de pergunta sempre me abre o pensamento. Eu consigo mapear meus medos e também questões contundentes que me fazem seguir ou desviar. A Universidade de Lisboa porque é uma boa universidade com um programa internacional de Doutoramento que busca o hibridismo e o intercâmbio cultural. Ah... Mas tem outras várias universidades assim! Tem mesmo? Assim, de verdade? Com projetos reais e nào só um texto de site? Fica a provocação também e tomameos a premissa como verdadeira: existem várias universidades assim, por que essa? A resposta está vinculada com o porquê escolher Portugal! E também no porquê não outras instituições, cidades e países.

Primeiro: por que não Brasil? Simples: eu tracei um plano há anos: me graduar em Brasília, minha cidade, fazer o mestrado no Brasil mas em outra cidade (fiz em Uberlândia) e o Doutorado/mento fora do país. O objetivo: ampliar minha visão, senso estético, conexões. Vontade alguma de realmente ir embora, sequer de Brasília onde sempre fui muito feliz nestes meus quase 25 anos. Ao mesmo tempo vontade de conhecer além.

Por isso também o projeto VISANDO IMPRO surgiu. Eu cheguei a me inscrever em duas universidades dos estados Unidos também para Doutorado. Não passei. O dinheiro não está tão fértil assim para apontar para todas as universidades legais por aí. Escolhi universidades boas, perto de centros de Impro e da família, mas nào passei. Além do financeiro, confesso que esse período no início do ano nos Estados Unidos, que foi muito frutífero, sanou boa parte da minha curiosidade quanto ao cenário de Impro desse lado de lá. Resolvi olhar para a Europa, porque a América do Sul já tinha u certo acesso das proximidades (e também porque o meu espanhol não iria segurar um doutorado de qualidade). O interesse de olhar para Europa foi o que me fez escolher o Festival Mount Olymprov na Grécia como o evento Festival Internaiconal de Impro que iria frequentar pelo projeto VISANDO IMPRO. Mas entre Estados Unidos e Grécia abriram0se as inscrições para o Doutamento e Português. Enfim! Não há por aí nesse mundão afora um programa acadêmico voltado a Impro acessível linguisticamente a mim. Na verdade não sei realmente de nenhum (e eu procurei, mas pode ser que, né? Eu que não tenha achado). Me restou escolher uma boa instiutição combinada a um lugar que eu quisesse morar (porque o Doutorado é de 3 a 4 anos) e pesquisar. E Portugal foi uma porta bem bacana: produzir em português! Eu estou nessa cruzada... e uma vez em Portugal, tenho acesso mais fácil ao restante da Europa... e quem sabe África e Ásia? Quiçá Oceania, hein?

Mas como é o projeto? Até o momento (porque tudo muda) é um projeto de desenvolvimento de espetáculo de Impro como estudo de caso, em hibridismo com dança e projeção ao vivo... Algo que venho namorando paralelamente com o meu solo que já flerta com a dança (e tem tanta coisa sobre contato-improvisação que a gente pode aproveitar em Impro!!!!) e o espetáculo "Os Beatniks em Psicose" do meu grupo Novos Candangos em Brasília, que flerta com Impro e com essa dramaturgia onde a projeção ao vivo é elemento compositivo e narrativo.

Pois sim! Quem viver, verá! Ou lerá! Continuarei ainda a postar muito sobre Impro e essa pesquisa em nova etapa que começa.

Mais uma notícia: Novembro estarei no Brasil para prestigiar o Festival Circuito Impro no Rio de Janeiro, parte ainda do projeto VISANDO IMPRO, e última ação presencial do projeto. Então, aguardem mais e mais material!

Estão preparadas/os? Eu não!

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