Ano novo! Cuidado com o que deseja, pode realmente se tornar realidade.
Já estou a desejar me debruçar sobre a Impro faz tempo. Em 2016 tomei a decisão e comecei a tlrihar alguuns caminhos. Foi quando eu me inscrevi para o edital do Fundo de Apoio à Cultura da Secretaria de Cultura do Distrito Federal. Havia no edital de Áreas Culturais, a modalidade e Pesquisa Cultural. Fiz um plano a partir do orçamento do edital mais economias próprias e... no final de 2017 saiu o resultado e o financiamento. Assim, eu comecei 2018 com um mergulho intenso em Impro por diferentes lugares no mundo.
Janeiro: Criação e primeira publicação do Blog Visando Impro (atividade do projeto Visando Impro - FAC)
Arte: Fred Reis
Fevereiro: Curso de Impro pelo Estúdio Janela no espaço do Coletivo Janela.
Arte: Diego Bresani
Março, Abril e Maio: Cursos de Impro no The Second City Training Center de Los Angeles (atividades do projeto Visando Impro - FAC).
Foto: Luana Proença
Maio/Junho: Ida para a Colômbia, via México com apoio de financiamento Coletivo e por conta própria para colher entrevistas na Casa do Humor (Cidade do México) e no IX Diplomado de Improvisacíon Teatral em Bogotá.
Fonte: https://www.uelbosque.edu.co/educacion-continuada/diplomado/
ix-diplomado-internacional-de-improvisacion-teatral-japon-israel
Junho: Ida ao Festival Mount Olymprov Grécia (atividade do projeto Visando Impro). Participação em workshops e Jam (por conta própria).
Foto: Luana Proença
Julho/Agosto: Volta para o Brasil. O que será de mim agora? Resultado do Doutoramento em Estudos de Teatro na Universidade de Lisboa. Porjeto de Pesquisa em Impro aprovado. Um mês de muito treino pessoal em Impro do meu solo.
Participação do curso de Impro avançado Dramaturgia do Ator com Gustavo Miranda em São Paulo (atividade d projeto Visando Impro - FAC).
Instagram Escola do Quintal
Agosto: Aulas de Impro para o projeto Mosaico do Amor em Brasília. 2 palestras sobre Impro trasmitidas ao Vivo pela Internet que foram executadas no esaço do Coletivo Janela em Brasília (atividades do projeto Visando Impro). E por conta própria: 3 apresentações do meu solo longform "Aleatório" no SESC da 504 Sul de Brasília. Participação no curso de Dramaturgia Espontânea do Ator com Rocardo Berhens.
Logo oficial do Projeto
Arte: Fred Reis
Arte: Fred Reis
Setembro: mudança para Portugal. Início de treinos com o ImprovFX em Lisboa.
Foto: Zeca Carvalho
Outubro: Participação no Festival NIM - Noites Imprevistas em Queluz. Improvisadora convidada do espetáculo "A Origem do Medo" do grupo Sem Rede em Sintra. Fundação e início dos treinos do grupo Lilimprov.
NIM. Foto: Luana Proença
Arte: André Sobral
Lilimprov. Foto: Rita Tavares.
Novembro: Ida ao Festival Circuito Impro no Rio de Janeiro (atividade do projeto Visando Impro - FAC). Teve também minha "invasão/convidada" na aula de longform do Claudio Amado no Rio. As tais portas abertas...
Ida para Atenas, Grécia para criar o espetáculo de longform "Us".
Fonte: Facebook Circuito Impro
Dezembro: Apresentações dos espetáculos "Us" com Stelios Melas em Atenas, Grécia; "A Vila" com o ImprovFX e "Branca de Neve e os Sete Anões" com o Sem Rede em Portugal.
Arte: Luana Proença
Arte: André Sobral
Foto: Luana Proença
Fora as leituras, espetáculos, escritas do blog e trabalhos do Doutoramento sobre Impro.
Minhas observações quanto à estas experiências:
Impro é teatro. Um tipo de teatro, uma linguagem teatral, se preferir. Assim como o teatro de formas animadas, ou teatro de sombras, a Impro é teatro e tem as suas particularidades conceituais e técnicas que não a afastam em anda dos fundamentos teatrais.
A encenação em Impro pode ser rebuscada o simples... como qualquer teatro. depende do espetáculo, dos objetivos, das vontades, dos recursos, etc. Como qualquer espetáculo teatral. Essas não são descobertas, são mais reafirmações baseadas agora numa experiência além dos livros e da tentativa e erro dos meus laboratórios.
A questão da mulher na Impro se fez mais evidente para mim, muito porque a questão da mulher na sociedade, como condição humana, se fez mais evidente para mim. Criamos (como artistas e publico, sim, publico cria) a aprtir das nossas referências. Somos sujeitos em comunidade, não criamos do nada. O que reforça que não se improvisa realmente do nada. Mas quando falo da questão das mulheres vou além da particpação de mulheres no palco, isso é evidente em todos os setores e vamos mudando, a passos lentos e com puxões para traz... com afirmações no estilo da futura ministra brasileira do Ministério da Mulher, Direitos Humanos e da família... Ai, ai... Mas amplio a discussão com o papel de mulher: as personagens que são designadas às improvisadoras, ou a maneira como os homens improvisam as mulheres. Isso vale sim para qualquer esteriótipo. E não me entendam mal, eu acredito na força do esteriótipo e do ciclê, como diz a diretora estadunidense Anne Bogart, os esteriótipos são continentes de memória. É possível se entender uma sociedade inteira e o pensamento humano ao olhar estes espaços. Mas são espaços, é preciso preenche-los para que a interpretação não fique literalmente vazio. E por que não, transborda-los. Falar dos moldes, dos tipos, é também uma maneira de questiona-los, de altera-los. Surgiu por aqui no blog inclusive a questão de status em cena, no sentido de observar um padrão na questão de status nos gêneros de personagens ou de artistas.
Eu me questionei muito quanto auto-sabotagem, quanto a medo. Porque sim, foi um ano de muitas conquistas, vitórias e de um terror imenso e constante. Improvisar em inglês foi difícil para porra! Mas também foi uma boa desculpa para eu não ir alem do que eu podia. Professoras/es elogiavam como eu me jogava e não dava a mínima... Mas eu sempre tinha ali na ponta da língua a desculpinha de: "Ah, eu não falo inglês!". Até mesmo aqui em Portugal, eu vivo usando (além de piada, que ok, funciona) a desculpa: "Eu sou do Brasil, nõ entendo o português daqui.". Olha, eu cresci muito como improvisadora, como atriz e artista. Mas teve desvios internos para não deixar tudo mudar de vez dentro de mim. E perceber isso foi importante. Me perceber vulnerável e me permitir (quando me permito) vulnerável no palco. É poderoso.
Trocar com gente de outros países, culturas, histórias pessoais, línguas não foi só importante pelo intercâmbio em si. Mas a receptividade. Foi um caminho um tanto solitário este ano ao abandonar tudo e me jogar nesse caminho em que eu tinha gente por perto, mas que não tava na mesma trilha. E eu não tive minha casa. Só em novembro eu desfiz minhas malas (e ainda assim eu fiz outras por que viajei muito no final do ano). Se não fosse mesmo a abertura das turmas que eu tive nos cursos, os grupos e improvisadoras/es que conheci nessas andanças de abrirem as portas das casas, de confiarem nessa desconhecida de mochila nas costas... Poxa, se foi difícil para mim, imagina para quem não me conhecia. A Impro abriu-me mais esse entendimento. É uma atitude que eu aprendi no exemplo da minha casa, da minha família, mas sabendo que esse não é o comprotamento "normal", que não é qualquer pessoa que abre a casa para você. E muitas casas se abriram porque eu sou improvisadora (e agradável, e simpática, e... O que? Eu sei me comportar, meus pais me educaram, se eu não escolho usar sempre a educação, é outra história, hehehehe). Sei que parece romântico, mas é bem verdade que nessa comunidade Impro eu tive muito apoio para me jogar. Eu dei sorte também, eu sei. Se é que sorte existe. Mas que seja sincronicidade afiada do universo, os ecnontros foram receptivos.
E tem haver com escuta. Escuta na Impro como presença plena. Estar, observar e decidir simultaneamente. Não, não acontece o tempo todo. Eu mesma sou um tratorzinho de ideia e energia, quando vejo já passei por cima de uma galera, uma malta. Mas eu vou treinando a escuta, e volto, ou nem avanço e... eu sou ouvida também nessa minha força, e respeitada e... então há diálogo. Nem parece que eu estou falando de teatro... Mas eu também não estou. Esta última frase é esquisitamente precisa.
Do que não gostei do que vi de Impro: displicência por preguiça, por desculpa, por ser fácil ser displicente. Opções que reforçam o vazio do esteriótipo que a Impro é colocada e assim a desvaloriza. Que seja simples, mas que seja para valer: validade, valor: colocar energia.
Dos meus devaneios psicológicos e emotivos para uma outra visão do ano. Preparem-se! Sou filha de matemática e analista de sistemas!
2018
365 dias no ano
141 no Brasil (115 em Brasília, 8 em São Paulo, 7 em Maceió, 7 em São José dos Campo, 4 no Rio de Janeiro)
108 nos Estados Unidos
87 em Portugal
15 na Grécia
6 no Reino Unido
4 dias em ponte aérea (Espanha, Alemanha, Canadá e Suiça)
3 em Bogotá
1 no México
55 entrevistas com improvisadoras/es do Brasil, Argentina, Espanha, EUA, Canadá, Polônia, Romênia, Grécia, Chile, Venezuela, Colômbia, México, Austrália, Israel, UK, Portugal, e França - para ação do projeto sob financiamento do FAC-DF (mas sem recurso orçamentário para esta ação);
10 cursos fora do Brasil como aluna (Estados Unidos e Grécia) - 5 com financiamento do FAC-DF (incluindo passagens de ida e volta para os EUA e o pagemnto dos cursos);
2 cursos no Brasil com aluna (São Paulo e Brasília - Festival Cena Contemporânea) - 1 com financiamento do FAC-DF (incluindo passagem de ida e volta e pagamento do curso)
1 curso de Impro no Brasil como professora;
2 Festivais de Impro (1 na Grécia e 1 no Brasil - Rio de Janeiro) - Passagens de Idas e voltas financiadas pelo FAC-DF;
13 apresentações de Impro como improvisadora (1 nos EUA, 2 na Grécia, 3 no Brasil e 7 em Portugal);
2 palestras sobre Impro trasmitidas ao vivo pela internet - ações do projeto sob finacniamento do FAC-DF (mas sem recurso orçamentário para esta ação);
55 postagens no blog - 16 como ações do projeto sob financiamento do FAC-DF (mas sem recurso orçamentário para esta ação);
+- 55 espetáculos de Impro assistidos (22 nos EUA, 17 na Grécia, 1 na Colômbia, 8 no Brasil, 7 em Portugal).
Outros números:
Segundo o registro da plataforma do blogspot, de 31/01/2018 a 30/12/2018:
Foram 7181 visualizações do blog.
Sendo:
3790 do Brasil
1046 dos Estados Unidos
570 de Portugal
205 da Alemanha
179 do Peru
128 da França
106 da Polônia
75 do México
58 da Argentina
56 da Grécia
968 visalizações em pequenas quantidades espalhadas por aí entre: Bélgica, Espanha, Rússia, Austrália, Romênia, Canadá, e o que a plataforma vai chamar de Região desconhecida...
Uma média de 132 visualizações por postagem.
E para 2019, o que já sabemos?
Pelo projeto Visando Impro - FAC, faltam executar:
- A publicação de 1 artigo sobre Impro (em fase de escrita)
- Subir aquelas 2 palestras de Impro para o youtube com legenda em português (acessibilidade)
- E tão prometido documentário caseiro com legendas também (vou começar a edição em janeiro. Aí é o tempo que tiver que levar, porque, né? Financiamento para a execução documentário em si, não há ainda).
DOS MEUS PROJETOS PESSOAIS EM IMPRO
- Encontro em abril da Network Internacional de Impro THE SIN que agora faço parte;
- Ida a Festivais (de acordo com calendário e bolso)
- Temporadas do meu solo por aqui... e por ali... e por lá
- Novos espetáculos com Lilimprov... E Sem Rede... E ImprovFX... e quem mais chamar
- Novas apreentações de "Us" com Stelios Melas
- Estreia e apresentações de "Room 3" com as improvisadoras estadunidenses Amy Lamier e Jamie Graham
- Seguir com a pesquisa de doutorado com firmesa (e conseguir uma bolsa porque tá começando a apertar)
- Voltar a dar aula... Sinto falta. Sinto muita falta.
E agora, eu pergunto... Para quem teve paciência de ler até aqui
QUAIS SÃO OS DESEJOS DE 2019 PARA CÁ?
DAQUI PARA FRENTE, O QUE DESEJA LER NESTE BLOG?
O QUE VOCÊ GOSTARIA DE LER SOBRE IMPRO?
O QUE QUER QUE EU TRAGA PARA CÁ?
O QUE QUER QUE EU COMPARTILHE?
Eu sou muito grata, imensamente grata. E eu quero mais! Quero mais coragem, que não é o oposto de sentir medo. É sentir e ir assim mesmo. É permitir o choro que limpa. Resistência: Li algo mais ou menos assim estes dias no facebook do querido Victor Hugo Leite: "Se me jogar no chão, eu me esparramo e viro raíz". Está preparada/o? Eu não! A gente dá as mãos e está tudo, já desde o dia 01 de janeiro, de mãos dadas!
Ilustração: Thereza Nardelli