segunda-feira, 15 de outubro de 2018

E de novo e sempre novo: Novo grupo e Novos Pontos de Vista

Furacão Leslie se aproxima... Isso é novo para mim. 46% de brasileiras/os escolhendo o ódio... Tudo muito, muito novo para mim.

Fecho aqui um mês em Lisboa. Um mês intenso em que ainda não sou daqui, não conheço a cidade, que minhas conversas mais demoradas são com o Brasil e/ou sobre o Brasil. Nem lá, nem cá ao mesmo tempo que estou aqui.

Efervecescente. As aulas começaram e uma injeção de filosofias, questionamentos, livros (parceiros queridos) já começam a se integrar com possíveis caminhos na pesquisa acadêmica em Impro. Genética Teatral? Mapeamento do pensamento criativo da improvisadora? Dramaturgia? Direção? Filosofia e Impro? Poética (ética e estética) em Impro?

Os treinos com o Improv FX às quartas-feiras à noite me alimentando, fazendo sentir-me bem vinda, e ainda com espetáculo geek para a gente apreciar. As conversas com o Zeca Carvalho, e dois convites mais que especiais para estar em cena neste mês. O NIM - Noites Imprevistas é um festival de Teatro de Improviso aqui de Portugal que está em sua quarta edição e eu terei a felicidade de subir ao palco e improvisar com o pessoal daqui. 


(https://www.facebook.com/events/2249503951949185/)

Dia 31 de outubro o grupo Sem Rede apresentará seu espetáculo de Impro de Halloween "A Origem do Medo" e eu também terei a honra de dividir o palco, ou melhor, os corredores, quartos, salas da Quinta da Ribafria em Sintra.



(https://www.facebook.com/SemRedeImproviso/photos/a.502773423167153/1766471910130625/?type=3&theater)


Tudo isso já seria mais que suficiente para a minha ansiedade e gratidão atacarem em peso. (E sim, eu estou a tomar floral). Mas não pára por aí. Nesta semana também começaram os treinos com a Mariana Bouhon Chilão e a Rita Tavares. Nosso encontro, como mencionei da postagem passada, foi proporcionado pelo querido Gustavo Miranda.

Treino 11/10/2018 - Espaço Crew Hassan

As meninas quiseram e toparam o meu sistema de treinamento em Impro, proposto e testado no meu mestrado (link da dissertação) e que, após 5 anos, já sofreu também modificações. Nossa proposta:

1) Treino físico com circuito de condicionamento físico pontual para alongamento, respiração, fortalecimento do centro e extremidades. A palavra condicionamento me foi questionada durante o mestrado, já que diante de tantas teorias do teatro pensarem a la Grotowski em descondicionar o corpo, estava eu cá a falar de condiciona-lo. Mas como toda discussão em arte é preciso de ponterar o contexto e este aqui é o de dar condições mínimas para um trabalho físico intenso.
Como em Impro não sabemos o que nos será exigido, pensar um corpo ativo me faz sentido. Não, não é "preciso" diante da perspectiva que a linguagem teatral, que a "treatralidade" permite que se figure poeticamente em cena o esforço físico, como por exemplo: Eu não preciso correr por 10 minutos num espetáculo que passa numa maratona, meu dedos podem faze-lo por mim, posso criar narração, usar objetos, etc. Porém, me agrada que isso me seja uma escolha mais do que a única saída porque eu não aguentaria correr por 10 minutos.

Desta maneira nosso treino Físico, até o momento dura 30 minutos, e se dá assim (semrpe observando questões de segurança e posicionamento para evitar lesões futuras):

- 5 a 10 minutos de chegada. De estar, encontrar, respirar.

- 15 Saudações ao sol: onde alongamos conjuntamente e conectamos nosssas respiações e ritmo de grupo.

- 3 sequências de circuito Isométrico:
* Apoiar-se na parede sentando-se em 90 graus (60'' na primeira volta, 45'' na segunda e 30'' na terceira) - fortalecimento pernas.
* 15 abdominais (pode ser remo, tradicional alto ou alternando as laterais. Pode fazer o mesmo nas 3 voltas ou alternar um diferente em cada volta, mas sempre o mesmo numa mesma volta do circuito) - fortalecimento centro.
* 15'' de abertura frontal de pé - fortalecimento pernas, virília e alongamento
* Prancha (45'' na primeira volta, 30' na segunda e 20' na terceira). Pode ser com os braços esticados, com os cotovelos no chão ou alternando, porem sempre manter o mesmo tipo numa mesma volta do circuito) - braços e centro.

- 60'' de alinhamento postural sentadas

- 30'' compensando o alinhamento ao enrolar a coluna para frente (sentadas)

- Aquecimento vocal
* 4 controles de ar em 12'' em BR
* 4 controles de ar em 12''  em TR
* 4 bocejos do agudo para o grave e do grave para o agudo em BR
* 4 bocejos do agudo para o grave e do grave para o agudo em TR
* Trabalho de dicção com o alfabeto e os finemas vogais usando a letra "R" no meio. Ex.: Ara, Aré, Arê, Ari, Aró, Arô, Aru. Bra, Bré, Brê, Bri, Bró, Brô, Bru.
* Trabalho de dicção com o alfabeto e os finemas vogais usando a letra "L" no meio. Ex.: Ala, Alé, Alê, Ali, Aló, Alô, Alu. Bla, Blé, Blê, Bli, Bló, Blô, Blu.
* Aprender e cantar em conjunto uma música

Observações e comentários:
- No primeiro dia o treinamento físico e as recomendações posturais para evitar lesões foi apresentado e feito de maneira mais leve, apra o entendimento e correção. Eu, como guiava, fiquei de fora neste primeiro dia. No segundo, fizemos o treino completo e todas juntas. Isso também fez todo sentido pelo espaço físico de treino. No primeiro dia foi na sala do apartamento em que estou hospedada (espaço pequeno, não podendo fazer muito barulho ou movimento por conta de vizinhas/os). No segundo dia tivemos uma sala de ensaio ampla no Crew Hassan, um café, loja, super alternativo e receptivo.
- O treino físico também vem como uma filosofia de trabalho: traçar um ritual de início, um gatilho de estado de presença, u momento de conexão de grupo.
- A escolha de se ter música cantada no treino vem a acrescentar algumas idéias em conjunto:
* trabalharmos o canto e a musicalidade em si
* vencermos a verginha de cantar em publico (que nós três tempos)
* dividir músicas que gostamos umas com as outras
* criar um repertório/vocabulário musical comum que pode ser usado ou não em nossas improvisações
- Ficaremos em uma mesma música até que uma nova seja proposta por uma das integrantes do grupo. A primeira música que estamos a trabalhar é "Desde que o samba é samba", um dos meus sambas favoritos.

2) Treino de Viewpoints
Os Viewpoints foram trazidos da dança contemporânea para o teatro pelas diretoras estadunidenses Anne Bogart e Tina Landau. É um sistema de treinamento, ao mesmo tempo que pode ser um vocabulário de grupo, ou ainda uma metodologia de criação, e tem por base a improvisação como caminho. São 9 pontos de vista (viewpoints) entre TEMPO e ESPAÇO. Simplificando uma explificando uma explicação para que se acompanhe o pensamento do treino (pelo Amor, não vai copiar e colar essas informações dizendo que essa é a teoria dos Viewpoints):
TEMPO
- Ritmo/velocidade: quão rápido e quão devagar se movimenta.
- Duração: quantidade, por quanto tempo, vezes  se executa uma ação ou movimento (unidades de tempo ou parâmetros como: por 3 voltas, enquanto se fala, etc.)
- Repetição: refazer, fazer de novo, e sempre novo porque se está presente. Não é uma ideia de imitar e sim de executar novamente. Pode-se se repetir uma parte do movimento, ele inteiro, só a velocidade, a duração, etc.
- Resposta Sinestésica: uma resposta/reação do corpo por inteiro, todos os sentidos, a algo. 
ESPAÇO
- Arquitetura: o espaço físico em si (paredes, chão, móveis, texturas, luz, sombra, etc.)
- Relação espacial: a distância entre os corpos (planos, dimensões, etc.)
- Topografia: o desenho que se faz pelo deslocamento no espaço
- Forma: o fromato que os corpos possuem ou adquirem. A forma é fixa/estática porem pode ser deslocada pelo espaço, como uma bola que será sempre curva mas que pode deslizar pelo chão. Se estourar a bola e ela ficar plana,a forma agora é outra, mudou, aquela não existe mais. As formas podem ser curvas, retas ou mistas.
- Gesto: seria o moviemtno em si, ou na perspectiva que gosto de trabalhar com meu colega e amigo Rafael Soul, o "entre formas", o trânsito de uma forma corporal a outra é onde se ecnotra o gesto. Pode ser comportamental (do dia a dia, realista se assim preferir) ou expressivo (extra-cotidiano)

A partir do trabalho com os viewpoints se tem uma consciência mais ampla do que se cria no enquanto se cria: improviso. Escolhas se tornam visíveis, a memória se ativa pela consciência e observação do que se faz enquanto se faz. Presença. Escuta. 

Observações e Comentários:
- Como proposta, começamos a trabalhar o viewpoints separamente para trazer a consciência a cada um. Mas esta é uma separação meramente didática de foco, pois os 9 pontos de vista estarão sempre ali... são pontos de vista.
- No primeiro dia nosso foco foi nos Viewpoints de Topografia, velcoidade (individual) e resposta sinestésica. Encontramos 5 velocidades individuais da mais lenta possível com deslocamento visível e mais rápida possível sem correr. Andando pelo espaço em topografia reta (desenhando retas pelo percurso do deslocamento), cada vez que semudava de direção, se mudava de velocidade consciente das 5 velocidades que trabalhamos. Depois de um tempo, acrescentamos o comando de que, toda vez que algo ou algo interromper seu caminho: deve-se sentar, pular ou seitar (pela Duração que desejar). é um exercício que gera teatralidade e significado no assistir porque ecnontramos corpos ativos e em relação.
- No segundo dia trabalhos novamente o ritmo/velcoidade, ams agora de forma conjunta. USando contagem de compassos de dança, estabelecemos 5 velocidades. 
* Velocidade 1: 8 tempos para cada passo
* Velocidade 2: 4 tempos para cada passo
* Velocidade 3: 2 tempo para cada passo
* Velocidade 4: 1 tempo para cada passo
* Velocidade 5: Tempo/Contra-tempo para cada passo
A partir daí coloquei um desafio coreográfico de espaço (topografia) e controle de velocidade. A coreografia se estabelece em tografia em linha reta vertical em vai e volta. 5 passo para frente. Vira para trás, de onde se veio. 4 passos. Vira novamente para a primeira frente. 3 passos. Vira. 2 passos. Vira 1 passo. Vira. 1 passo. Vira 2 passos. Vira. 3 passos. Vira 4 passos. Vira. 5 passos. 
* Desta forma se termina exatamente onde se começa
* Sempre começar com o passo contanto com a perna da frente
* Virar no eixo sem tirar as pernas do lugar
* Desafio: os 5 passos são na velocidade 5, os 4 apssos na velocidade 4, os 3 na 3, 2 na 2 e 1 na 1 (ida e volta). O virar é sempre na velocidade 4 (1 tempo para virar). Depois pode-se variar as velocidades em novas escolahs de desafios.
- Introduzi rapidamente o conceito de foco suave no primeiro dia. Também é um conceito das autoras dos Viewpoints. A Mariana estava com o olhar tenso durante a execução do exercício. O foco suave, como o próprio nome diz, é a ideia de suavizar, um meio olhar que expande a visão periférica e "despetrifica" o semblante.
- Eu me abstive para conduzir e observar no primeiro dia. No segundo já participei.

3) BANDEJA
A bandeja é um procedimento de treino e campo de criação e experimentação que a Julieta Zarza trouxe para o grupo de improviso Saída Sul. Nos nossos treinos desde lá, já começamos a mesclar com os viewpoints, de forma, que depois de assimilados, o treino de viewpoints fica com a bandeja.
A ideia da bandeja é a de se servir de vários elementos, dispoistivos e ferramentas cênicos e treinos físicos. Temos arobacias, micro-cenas, reações, interações, atenções, etc. Minha última contagem no Saída Sul constavam 62 elementos diferentes na bandeja.
Assim como os Viewpoints, cada elemento que entra na bandeja, é estudado. tanto para que não nos machuquemos, tanto apra treinar nosso olhar e consciência corporal.

Elementos do primeiro dia:

Individuais
- Olhar e apontar: olha-se para um ponto, depois, e só depois, se aponta para este ponto. Porém seguqem-se sempre as sequências: apontar com a mão direita e depois com a esquerda. Abrir o movimento de braço, abrir o moviemnto de braço, e fechar o movimento de braço, fechar o movimento de braço. De forma que: 
* Olha para um ponto, aponta para este ponto com o braço direito abrindo o movimento.
* Oha para um segundo ponto, aponta para este com o braço esquerdo abrindo o movimento e deixando o direito o máximo ainda para o que havia apontado
* Olha para um terceiro ponto, aponta para este com o braço direito de forma a fechar o movimento, mantendo ao máximo o braço esquerdo no lugar
* Olha para um quarto ponto, aponto para este com o braço esquerda fechando o movimento e mantendo ao máximo o braço esquerdo no lugar
* Olha para um quinto ponto e recomeça a sequência: braço direito aponta abrindo o movimento...
Obs: usar o corpo inteiro, o eixo do centro do corpo nas torçôes agachamentos e levantadas, não apenas a coluna.
- Passo de Dança: escolhe-se um passo de dança, apenas um, individualmente, e executa-o com a máxima precisão todas as vezes

Duplas
- Carregar a outra pelo quadril: abraça-se a pessoa lateralmente, coloca-se seu quadril em frente ao quadril da outra pessoa e a suspende.
- Hu!: contato visaul, bate no peito, se aproxima o máximo de forma ágil e pula no ar dizendo: Hu!

Grupo:
- Siga o mestre: quando uma pessoa se coloca na frente de outra, esta tem que segui-la e realizar com a máxima precisão os mesmos movimentos. As demais pessoas ao perceberem isso, devem se juntar.
- Bordado: Quando uma pessoa começa a mímica de um bordado (e tente refinar a mímica realmente pensando numa imagem a bordar), as outras se juntam, cada uma com seu bordado e começam a conversar sobre qualquer assunto. Em determinado momento pea percepção: dilatam o movimento e a velocidade expandindo-os ao máximo. Quando voltam ao "normal", continuam o assunto de onde pararam e finalizam-o.

Elementos acrescidos ao segundo dia:

Individuais:
- Queda e recuperação: usando os princípios da eutonia, cair e se levantar com agilidade, apssando pela forma da estrela deitada no chão
- Rolinho: para trás e para frente

Duplas:
- Cumprimento de palhaço: temos o aperto de mão, o beijo e o abraço. Quando a pessoa lhe oferece um, se responde ao mesmo tempo com outro. Na tentativa de "acertar" errando. ex.: "A" oferece a mão para o aperto de mão enquanto "B" se inclina para o beijo. então "A" se inclina para o beijo e "B" abre os braços para o abraço. "A" abre os braços e "B"lhe oferece a mão. A ação continua até que se resolva de alguma maneira.
- Espelho

Grupo:
- Formação de figura de espaço: uma pessoa cria por mímica um elemento simples de espaço. Uma poça dá água, ou uma porta, etc. Este elemento continuará existindo no espaço, exatamente no lugar que foi criado ou deixado, até que todas as pessoas pessoas interajam com o mesmo. Deposi que todas interagiram, ele desaparece. (Isso trabalha a noção de: "o que eu criei foi percebido pelas demais? " e a atenção para "todas a pessoas já interagiram?")
- Ação de envolver o corpo da outra: envolvendo o corpo das outras pessoas se propoõe uma ação, seja pintar, costurar, coçar, amarrar, etc. Todas se envolvem e são envolvidas até que isso se dissolve ou se parte.

Comentários e Observações:
- Usamos músicas durante a realização da bandeja, essas múscias influenciam nossas escolhas, ritmos e olhares.
- Terminamos 2 encontros com 12 elementos.
- A Julieta Zarza fala da bandeja como umt reinamento ninja de improviso. Eu concordo! Suavidade, precisão, atenção, escuta, presença.
- Para trabalhar a queda e recuperação, recorri a alguns exercícios da dança contemporânea (não propriamente da dança contemporânea, mas foi onde eu bebi isso) de rolamentos e apoios de chão.
- As nossas personalidades começam a aparecer no fazer da bandeja, alguns olhares e dinâmicas que nos são próprias já se manifestaram.
- Observei no primeiro dia, durante a dilatação de movimento que o trabalho com a técnica de câmera lenta seria eficaz para uma maior consciência e controle corporal.

4) Jogos/Exercícios de Impro
Este seria o próximo passo da proposta de treino. Mas ainda não entramos neles exatamente, apesar da bandeja já ser um exerçício de improviso.

No segundo dia trabalhmos alguns conceitos e questões tecnicas de execução como:

- Câmera lenta
* Um efeito causado não pela velocidae, mas pelo controle da velocidade, mover o corpo inteiro na mesma velocidade
* continuidade de movimento: movimento circular
* expansão do movimento
* conexão de velocidade com a respiração: todo corpo no mesmo ritmo

Observações:
- A câmera lenta é um trabalho exaustivo e intensa consciência corporal
- Quanto maior o controle da velocidade do corpo, maior o efeito cênico, mesmo quando não é "lento"

- A câmera lenta como estudo de prinçipio de movimento a relação com o objeto e ação no invisível
A câmera lenta envolve o corpo inteiro numa mínima ação, pois, já que o corpo inteiro deve estar na mesma velocidade, nada está parado. Com isso é possível se perceber o percurso de uma ação pelo corpo inteiro, desde o princípio do movimento a sua propagação. A partir so estudo de um gesto pela câmera lenta, é possível repeti-lo (viewpoint) em qualquer velocidade ainda "desenhando" seu percuso, o que torna a expressividade do gesto e o caminho invisível do movimento pelo corpo: visíveis.

Comentários:
- Nas aulas que lecionei de Teatro Físico eu sempre parti da câmra lenta para o ensino de "mímica" ou "mímese corpórea" por aprender pelo corpo e com o corpo, mais do que: "Ah, assim se faz o efeito de subir uma escada", que é muito legal, mas fica maravilhosamente forte, quando se tem consciência do corpo e não só o procedimento.

- As 7 tesões de Lecoq e a câmera lenta e a cena
Pensar as 7 tensões corporais/musculares trabalhadas na escola de Jacques Lecoq como uma escala musical de aumento de tensão muscular e ferramenta de energia e dimer do esforço muscular cênico. (Minhas perspectivas, minhas leituras, meu modo torto meu de usar e traduzir este conehcimento adquirido)
Tensão 1: o mínimo de tensão possível num corpo vivo, a latência, o movimento quase que impossível mas querendo.
Tensão 2: o mínimo de tensão para se mover. Como o corpo ao acordar, existe peso evidente porque não existe muita tensão apra sustentar os músculos e esqueleto.
Tensão 3: tensão do corpo cotidiano. A tensão necessária para se mover e realizar ações comuns que não nos exigem muito.
Tensão 4: A tensão do "corpo cênica", em cena, uma tensão acima da cotidiana (o que me remete aos estudos de Renato Ferracini sobre o corpo subjétil, um corpo em presença cência que não nega a existência do cotidiano. Vide:"Café com queijo: Corpos em Criação"). A tensão do cropo em prontidão, pronto para correr, pular, cair. Pronto.
Tensão 5: A tensão muscular necessária da exeuc'`ao do esforço. Correr, pular.
Tensão 6: Pensando na gradação, em 7 é o teto,  maior tensão possível, a tensão 6 é um corpo tenso, extressado (em relação a perspectiva de tensão muscular), do esforço alto.
Tensão 7: corpo imóvel (como na tensão 1) por conta da extrema tensão. Tremer faz parte...

A partir dessa consciência e experimentação das tensões de Lecoq, voltamos ao trabalho de câmera lenta para perceber onde a mudança de tensões pontencializaria o entendeimento das ações. Porposta inciial é que a câmera lenta por si deveria começar na tensão 4 ou 5. Qualquer esforço da ação (como lidar com peso ou residência de objetos e força) deveria subir a tensão e ao findar do esforço, descer a tensão.

Observações e comentários:
- Repetimos ações sem mudar tensões e depois mudando e foi nítida a diferença da credibilidade e comunicação à outra sobre o que se fazia. 
- O trabalho de Tensões também amplia a ideia de que a energia em cena flui independente do "estado" da personagem. Se a personagem acaba de acordar, pode-se trabalhar as tensões muscualres num nível 2, sem abandonar a energia do corpo.

No segundo dia, ficamos com um trabalho apra casa de formação de figura de espaço apartir do trabalho de câmera lenta e as tensões de Lecoq: entrar em um espaço, ecnontrar algo lá, se relacionar com isso e partir. Comunciar sem "desenhar" o espaço, mas pela relação com ele: onde se está? O que encontrou (que você já podia saber que estava lá)? Por que? 
- Sem pessoas imaginárias ou fala narrativa, explicativa.

Comentários:
- Eu fiz primeiro o exerçício e comentamos depois. Alguma das coisas que eu adoro perguntar no exerçício são as cores e texturas vistas por quem assiste. Não porque quero que coincida com o que eu fiz, mas pelo fato de vermos coisas "reais" no espaço invisível. Eu (plateia)  só vejo se você (atriz) vê.

Treino 11/10/2018 - Espaço Crew Hassan


Alguns outros acordos de grupo:

- Como temos intenções de mais a frente desenvolver algo e participar de festivais internacionais de Impro, alguns treinos serão em inglês, já que ós três somos fluentes. Sem falar que é outra cabeça para improvisar em outra língua (vide meus sofrimentos nos cursos dos EUA - postagens do primeiro semestre de 2018)
- Como possível parte do meu estudo de Doutoramento, e para nossa própria comunciação, adotamos o procedimento do caderno volante. Um diário e bordo conjunto, cada dia uma pessoa diferente leva o caderno consigo e registra suas impressões sobre aquele encontro.
- Também como porrícel mateial para o meu Doutorado, mas ainda para nossa percepção, vamso registrar em audio-visual, uma vez por mês nossas impressões sobre os treinos. Já fizemos cada uma seu primerio depoimento sobre o primeiro encontro.
- Princípio da compensão: Treinos só são desmarcados a partir da remarcação de reposição.


Com discurso alinhado, encontro de vontades, uma boa vibe e paixões por Impro, estou eu aqui de novo treinando um grupo desde o início... Grata pela garra dessas mulheres. Eu começando a trilhar uma "carreira" de novo, grata pelas portas abertas e so dois beijinhos (que aqui são dois). Eu começando mais um curso acadêmico, grata pelo grupo que se forma e questiona. De novo este caminho que eu conheço e que é plenamente novo. Tudo depende do viewpoint. Grata.

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