Eu prometi que compartilharia aqui os workshops que fiz parte em janeiro de 2019 por estas terras portuguesas. Então aqui vai já no final de Fevereiro, o que foi este Janeiro!
Workshops de Impro SyFy com Isaac Simon
14/01/2019, das 20h às 23h no Centro Cultural de Moscavide.
#improvfx #isaacsimon
#improvfx #isaacsimon
O grupo ImprovFX aproveita a vinda de improvisadoras e improvisadores de outros países para realizar workshops com o grupo e, como os treinos abertos, também abrem (quando possível) estes workshops. Eis que eu me adentrei neste com minhas nerdices e coração geek a palpitar.
Vamos lembrar aqui que esta é a minha maneira de escrever e que os nomes dos exercícios não importam porque eu nem sei se foi isso mesmo que foi dito, hehehe.
O Issac Simon é estadunidense e mora atualmente na Holanda. O workshop foi conduzido em inglês.
O Issac Simon é estadunidense e mora atualmente na Holanda. O workshop foi conduzido em inglês.
Exercício #1: Evolução
Há 7 estágios de evolução no exercício que seguem uma ordem: Ovo (andar no plano baixo agaxadas/os como ovos); Galinha (andar no plano médio/baixo como Galinhas); Dinossauros (Andar no plano médio/baixo como Dinossauros T-Rex); Humanas/os (Andar de pé); Mulheres e Homens de Negócios (De pé a resolver problemas ao celular/telemóvel, computador, etc.); Jedi (De pé com seu sabre de luz e a força); Semi-Deus/a (Ah... a plenitude). Todas/os começam como Ovos. E quando cruzam o olhar com alguém, jogam pedra, papel e tesoura. Quem ganha: "evolui", no caso para Galinha (seguindo a ordem de "evolução"). Você só pode jogar Pedra, Papel e Tesoura com alguém que está no seu mesmo nível de "evolução". A partir do nível da Galinha, quem perde o Pedra, Papel e Tesoura, "des-evolui", ou seja, volta um nível. Ou seja, se duas pessoas como Galinhas jogam Pedra, Papel e Tesoura, quem ganha "vira" Dinossauro e quem perde "volta" a ser Ovo, nenhuma das duas ficou como Galinha. O mesmo acontece em qualquer nível, sempre "voltando" ou "subindo" um nível na "escala evolutiva". Quando se atinge o nível Semi-Deus/a, pode se retirar do campo de jogo e observar.
Observações:
- Ótimo aquecimento
- Sou competitiva para cara...mba
Exercício #2: Gênero Cultural
Em roda, com uma vinheta que determina um ritmo para se iniciar o jogo, alguém delimita um gênero cultural ou estilo: Zumbi, Comédia Romântica, Apocalipse, Distopia, etc. Depois disso, como que se jogasse algo para o meio da roda, cada um que tem uma referência desse universo estipulado, a fala. Pode ser objetos, descrições de espaços, frases, o que seja. Até que se considera esgotado e passa-se para a vinheta e recomeça com novo gênero.
Ex.: Zumbi!
- Cérebros
- Sangue
- Vírus
- Andar armada/o
- Ruas destruídas
- Silêncio
- "Se me morderem, por favor, me mate!"
Observação:
- Bom jogo para trazer referências de grupo e atiçar o imaginário antes de improvisar.
Exercício #3: Pintar a Cena e Viver a Cena
Todas/os pintam a cena: descrevem algo no ambiente: de objetos a cheiros, temperaturas, etc. Tudo somático compondo o mesmo espaço. Se desloca para o espaço para "pintar" a imagem, mostrar onde ela se encontra. Depois duas pessoas entram e contracenam nesse ambiente.
Ex.:
- Uma lâmpada pendurada com a luz a falhar
- Uma janela quebrada que mal contém o vento frio que faz a lâmapda balançar
- Um rádio velho chiando nas prateleiras da parede de trás
- Baratas pelo chão e paredes, a maioria mortas
- Um sofá de dois lugares velho e destruído, com as molas aparentes, num tecido que já foi vermelho, no canto esquerdo abaixo das prateleiras.
Orientações para este workshop:
- Cenários de Distopia
- Terminar a cena sabendo quais as relações e o que fazem naquele espaço, o que é aquele espaço para as personagens.
Exercício #4: Camadas da Cena
Cena de 4 pessoas. Primeira vez a cena é feita "realisticamente" a partir de uma ação que todas/os fazem. O diálogo deve ser sobre nada, absolutamente desinteressante. A segunda vez, faz a mesma cena, tenta-se manter o diálogo criado na primeira, porém há uma nova camada de intenção ou realidade. Ex: 4 pessoas datilografando num escritório falam sobre leite. Antes de se repetir, cada pesoa escolhe alguém para estar apaixanoda/o. Repete a cena e diálogos com essa intenção. Nova camada, repetir a cena como se tivessem acabo de descobrir que têm mãos.
Exercício #5: Não pode Sair
Cenas de 2 pessoas. Sugestão inicial de distopia e situação. Não se pode sair de cena. Vamos descobrindo a realidade desta distopia, as regras que a governam, durante a cena. Ex.: Distopia: Não poder demonstrar emoções. Situação: Casal à porta de casa depois do primeiro encontro, em que ambas/os gostaram. A cena se desenvolve, uma pessoa está sempre a olhar para os lados (descobrimos que há vigilância), etc.
Exercício #6: Propagandas de Distopia
Sugestão inicial de algum problema real atual que será transformado em distopia. Seguem-se omprovisações de propogandas que mostram como se articula essa Distopia.
Ex.: problema dos transportes públicos que estão sempre cheios.
Propoganda 1: Agora todas as pessoas moram e andam juntas, se tudo está cheio, nada está! Viva a sociedade do Aglomerado!
Propaganda 2: Não tenha contato com ninguém, adquira seu holograma flex e se isole do contato físico! Deixe o HOlograma não sentir por você!
Ex.: problema dos transportes públicos que estão sempre cheios.
Propoganda 1: Agora todas as pessoas moram e andam juntas, se tudo está cheio, nada está! Viva a sociedade do Aglomerado!
Propaganda 2: Não tenha contato com ninguém, adquira seu holograma flex e se isole do contato físico! Deixe o HOlograma não sentir por você!
Exercício #7: Distopia Longform
É estabelecida uma Distopia inicial. Improvisação livre longform a partir da Distopia.
Foto: André Sobral. Self desfocado do grupo... Ou uma interferência Syfy
Foi interessantíssimo trabalhar o conceito de Distopia como base da cena. É um descobrir de regras de um Universo outro que tem muito haver com o nosso, mas que se articula aos poucos numa outra realidade.
***
Workshop Stephen Thornton
26/01/2019, das 14h às 18h no Pólo Cultural das Gaivotas.
#stimprov
#stimprov
Uma das coisas que eu adoro é conhecer alguém no dia a dia, em situações umas e poder ver essa/esse alguém como professor/a. Estamos a improvisar com o Stephen há alguns meses nos treinos abertos do ImprovFX. Já o conheço de alguma, e agora tenho 4 horas de sua acunha como professor. Camadas de nós mesmos!
O Stephen é estadunidense e atualmente mora em Lisboa. O Workshop foi conduzido em inglês, tendo uma improvisadora tradutora (Inês Lucas) conjuntamente para qualquer necessidade.
Anotações iniciais do que captei da proposta:
Anotações iniciais do que captei da proposta:
Objetivo: Trabalhar o desenvolver de cenas sem uma premissa pré-determinada
Quadro inicial apresentado:
1) Make active, positive choices (Faça escolhas ativas e positivas)
2) Support and enjoy the physical, verbal and emotional reality of the scene (Dê suporte à realidade física, verbal e emocional da cena)
3) Be right here, right now! (Esteja aqui, agora!)
Exercício #1: Nomes com troca
Andando pelo espaço, contato visual. Por quem passa, fala-se o própro nome e escuta o da outra pessoa. Depois de um tempo nesta dinâmica, começa-se a falar o nome de quem encontra e não o próprio.
Andando pelo espaço, contato visual. Por quem passa, fala-se o própro nome e escuta o da outra pessoa. Depois de um tempo nesta dinâmica, começa-se a falar o nome de quem encontra e não o próprio.
Exercício #2: Passar palmas
Inicialmente em roda. Passa-se a "bola" por palmas, para as pessoas ao lado e depois de um tempo a "bola" pode saltar para qualquer pessoa. É estabelecido um sinal para que, quando alguém que está com a "bola" o fizer, todas/os tenham que trocar de lugar.
Repete-se o exercício substituindo as palmas por estalos de dedos (como movimento).
Repete-se o exercício mais uma vez substituindo os estalos por acenos de cabeça.
Na última "repetição", é o olhar (sem aceno) que guia o passar da "bola".
Exercício #3: Siga seu espelho
Em roda. Cada pessoa, na sua vez, aponta para alguém no círculo. Esta, por conseguinte, aponta para outra, até que o ciclo se feche e todas/os tenham uma pessoa apontando para si e que também estejam a apontar para alguém. Assim se define quem é o espelho guia de quem: a pessoa para quem se aponta é a pessoa que você deve seguir os movimentos, como um espelho, procurando ser o mais preciso e simultânea/o possível.
Exercício #4: Banco em silêncio
Um banco (ou cadeiras poscionadas uma do lado da outra). Duas pessoas entram e se colocam em posição no banco. Sinal de luz (ascende), em silêncio, se deixam afetar pela presença da outra pessoa, percebe-se a outra pessoa. Sinal de luz (apaga). O grupo que assiste comenta o que viu e percebeu, suas interpretações e especulações.
Observação:
- Perceber as diversas leituras e que nenhuma é correta ou errada.
Exercício #5: Banco + diálogo
Mesmo exercício do #4, mas agora, quando sentirem o momento, um diálogo previamente determinado é falado:
A: I love you. (Eu te amo.)
B: I love you too. (Eu te amo também.)
A: Really? (Sério?)
B: Yes, really. (Sim, sério.)
Observações:
- Diferentes perscepções de intencões e possíveis histórias (especulações) do público.
Comentários e anotações avulsas da oficina até então:
- Improvisation in the end of the day is discover. (Improvisação no final do dia é descobrir.)
- If the improviser is surprise, the audience will feel the surprise. (Se a/o improvisador/a é surpreendida/o, o publico vai sentir a surpresa.)
- You will know what you need to know when you need to know what you need to know. (Você vai saber o que precisa saber quando você precisar saber o que precisa saber.)
Exercício #6: Iniciações 3 e 4
Existem 7 tipos de Inciniações de cenas (traduzindo Sthephen)
1. Algo dito/escutado
1. Algo dito/escutado
2. Física (atividade ou movimento abstrato)
3. Emocional
4. Observação (você parece... Você me faz sentir...)
5. Opinião (Eu acredito que...)
6. Premissa exterior (vem de uma oferta cega)
7. Premissa interior (não vem de uma oferta, é uma oferta)
Cena de 2 pessoas. Começa com as 2 andando pelo espaço. Ao comando da/o professor/a: congelam. Blackout. Quando a luz ascende a cena começa a partir daí e da percepção da verdade do momento. Perceber quais são as verdades, o que se sabe. Então alguém fala "Eu sinto ____________" e tem que ser uma verdade e não premissa, uma tentativa de estabelecer e definir algo. Perceber como isso faz a/o outra/o se sentir e seguir a cena. Descobir então os elementos ao longo da cena (ou não).
Indicações de protocolos para, em side coach, se potencializar as relações:
- Cosntruir uma ideia de cada vez
- Andar/mover para sua próxima fala
- Contar/revelar um segredo
Comentários e Observações:
- A verdade primeiro antes da premissa
- Dizer seus sentimentos: o que você sente no momento que você sente seus sentimentos.
- A mágica do descobrir
- Você não está aqui para contar/controlar uma história (a premissa faz isso)
- Quando você chega no ponto em que "eu realmente quero saber" é a hora que eu posso definir (labled). Mas você não precisa.
- Você é o canal para a história.
* Me lembrei da história do Yoshi Oida (Oida, Yoshi. "O Ator Invisível". São Paulo: Via Lettera, 2007.)
No teatro kabuqui, há um gesto que indica "olhar para a lua", quando o ator aponta o dedo indicador para o céu. Certa vez, um ator, que era muito talentoso, interpretou tal gesto com graça e elegância. O público pensou: "Oh, ele fez um belo movimento!"Apreciaram a beleza de sua interpretação e a exibição de seu virtuosismo técnico.
Um outro ator fez o mesmo gesto; apontou para a lua. O público não percebeu se ele tinha ou não realizado um movimento elegante; simplesmente viu a lua. Eu prefiro este tipo de ator: o que mostra a lua ao público. O ator capaz de se tornar invisível. (Oida, 2007, p. 21)
* Me lembrei da história do Yoshi Oida (Oida, Yoshi. "O Ator Invisível". São Paulo: Via Lettera, 2007.)
No teatro kabuqui, há um gesto que indica "olhar para a lua", quando o ator aponta o dedo indicador para o céu. Certa vez, um ator, que era muito talentoso, interpretou tal gesto com graça e elegância. O público pensou: "Oh, ele fez um belo movimento!"Apreciaram a beleza de sua interpretação e a exibição de seu virtuosismo técnico.
Um outro ator fez o mesmo gesto; apontou para a lua. O público não percebeu se ele tinha ou não realizado um movimento elegante; simplesmente viu a lua. Eu prefiro este tipo de ator: o que mostra a lua ao público. O ator capaz de se tornar invisível. (Oida, 2007, p. 21)
Foto: Inês Lucas (via timer da câmera)
Foto: Inês Lucas
Quintas de Improviso- Sem Rede
31/01/2019, das 21h às 23h30 no AnexXo (Sintra) - Byfurcação Teatro. #semrede #byfurcação
O grupo Sem Rede inicia os trabalhos da Quinta de Improviso do ano. Em que às quinta-feiras à noite abrem as portas do AnexXo para ensaios abertos com participação de quem se disponibilizar a ir, ou apresentações de improviso.
Foto: Sandra Cruz
Foto: Sandra Cruz
Ensaios abertos, meu povo. Jams. Palco de experimentação de improviso. Cervejas pós encontros. Podcast. Blogs. Vamso nos ecnontrar e trocar. Viver essa improvisação qeu nos cerca e liga. Como há a Impro Festa em São Paulo. Façamos mais, encontremos mais.
Além da troca com demais imrpovisadoras/es e com outros públicos é um grande oportunidade de permitir seu grupo em outros contextos. O mês de janeiro foi um tanto assim para o Lilimprov (#lilimprov). Estivemos juntas, as três, nas 3 oficinas/encontros aqui mencionados e fomos juntas assistir a um espetáculo de Impro também. Uma experiência sem tamanho nos assistir com outras pessoas, ou contracenarmos juntas com olhares e conduções de outras epssoas. Que encontros com nós mesmas tivemos!
Encontremo-nos. Afinal, no final do dia, é sobre descobrir.
Além da troca com demais imrpovisadoras/es e com outros públicos é um grande oportunidade de permitir seu grupo em outros contextos. O mês de janeiro foi um tanto assim para o Lilimprov (#lilimprov). Estivemos juntas, as três, nas 3 oficinas/encontros aqui mencionados e fomos juntas assistir a um espetáculo de Impro também. Uma experiência sem tamanho nos assistir com outras pessoas, ou contracenarmos juntas com olhares e conduções de outras epssoas. Que encontros com nós mesmas tivemos!
Encontremo-nos. Afinal, no final do dia, é sobre descobrir.
Self Lilimprov por Luana Proença